sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Desafio de Perceber Deus no Lugar Comum.

Em uma sociedade megalomaníaca, igual a nossa, os homens têm dificuldades de observar as pequenas coisas e os lugares comuns da vida, pois estão sempre em busca de novidades grandiosas para satisfazerem o seu coração. No entanto, por sabemos que Deus é o único capaz de satisfazer plenamente e permanentemente as pessoas que o buscam com sinceridade de coração. Concluimos então que somente aqueles que desfrutam da alegria de estarem unidos com Cristo e de aguardarem a esperança de novos céus e nova terra terão o coração satisfeito, consolado e confortado nesta vida e no porvir. Logo, se desejamos desfrutar da verdadeira alegria, seja neste ou no outro mundo, somos desafiados a vivermos todos os nossos dias na presença de Deus, fazendo da busca pela santidade espiritual e moral o grande negócio dessa vida.

Isso quer dizer que após compreendermos que toda a nossa vida é de Deus, deveríamos vivê-la com excelência para Deus. E jamais fazer separação entre secular e o sagrado, ou o espiritual e o terreno, mas toda a nossa vida deveria ser vista como espiritual, refletindo a santidade apreendida e derivada do próprio Deus. A verdade é que aqueles que conhecem a Cristo são desafiados a enxergar Deus nos lugares comuns da vida. Em outras palavras, eles deveriam olhar para vida e para as coisas que estão à sua volta e visualizar tudo através das lentes da soberana e infinita graça de Deus.

A lógica é simples, “se Deus é Deus acima de nós” e se devemos a Ele obediência em todas as coisas, e não apenas em algumas delas. Logo, Deus não pode estar sob nós em uma área e abaixo em outra. Ele tem que reinar na nossa vida em todas as situações. Seja nos momentos difíceis ou nos bons momentos precisamos ver a ação e o controle de Deus, seja na vida do lar, na igreja, no trabalho, na faculdade precisamos ter como alvo sempre a gloria de Deus, é assim que a Bíblia nos ensina.

O Senhor tem que ser sempre a nossa alegria em qualquer situação. Mas não somente isso, o Senhor também precisar ser o nosso alvo maior em todas as nossas ações e relações. Seja no relacionamento fraternal, no relacionamento conjugal, na relação dos filhos com os pais e dos pais com os filhos, na relação patrão e empregado e empregado e patrão, seja nos relacionamentos de amizades, na relação com o dinheiro, com os estudos, precisamos viver sempre com o propósito de glorificarmos ao Senhor em todas as nossas ações e relações.

Portanto o alvo primário do verdadeiro cristão é a glória e a satisfação de Cristo e não a sua própria satisfação. E todas as áreas da vida do cristão devem ser submissas a Cristo e disponíveis ao Seu serviço. Precisamos resgatar em nosso coração, em nossa sociedade e nos nossos relacionamentos a centralidade de Deus e das Escrituras. Aprendendo a observar a realidade com os óculos da Bíblia, para enxergarmos por meio delas a ação providencial e bondosa de Deus nas pequenas coisas de um dia comum, seja na vida, seja na sociedade ou no universo que Ele mesmo criou para a glória dEle. Concluímos, que a nossa responsabilidade será sempre de obedecer, honrar e glorificar a Deus, em tudo que somos, que temos e fazemos, procurando enxergá-lo nos lugares comuns da vida.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Relação entre a Música Gospel Contemporânea e o Canto Gregoriano Medieval.

  • O que é Canto Gregoriano? Até o século III a língua usada nas cerimônias de culto era o grego. E todos os fiéis participavam dos cultos cantando e alguns tocando instrumentos. Neste período a igreja cristã cantava em seus cultos os salmos, herança proveniente do culto judaico, seguidos depois pelos canticos que surgem naturalmente dentro da igreja.

  • A partir do século V quando a igreja cristã deixou de ser igreja perseguida para ser a religião oficial do impero Romano, o latim se tornou a língua oficial do culto Romano. Mas os cultos ainda não eram padronizados liturgicamente, almejando essa unificação em todos os lugares, a igreja Romana tratou de desenvolver um estilo único e criar uma escritura musical exata. “Para isto fundou a "Schola Cantorum", em Roma, onde os padres-compositores deveriam estudar.
  • A partir dessa iniciativa um coro profissional passou a exercer todas as funções musicais nas cerimônias de culto da igreja. E os Instrumentos não eram mais permitidos, pois foram considerados pelo clero, como terrenos ou demoníacos, enquanto a voz humana foi valorizada por ser uma criação divina. Mesmo assim, alguns instrumentos eram utilizados, com ou sem autorização dos religiosos, para sustentar a correta afinação do coro.
  • Em função dessa normatização surge o canto gregoriano, o qual após muitos debates, foi oficializado como parte da missa romana no inicio do século VII.”
  • O Canto Gregoriano tem sua denominação provinda do papa São Gregório Magno, que nasceu no ano de 540 e governou a Igreja de 590 a 604. Vamos lembrar que a principal igreja neste período era a igreja Romana. O papa “Gregório Magno”, então regulamentou o canto litúrgico, deu uniformidade à sua prática em toda a Igreja. O Canto Gregoriano era escrito com notação quadrada, sem compassos nem valor de tempos definidos e cantado em forma de melísma.
  • Analisando este estilo musical quero citar algumas de suas principais características.
  • 1. O Canto gregoriano tem pouca preocupação com o entendimento da letra. Apesar de serem palavras cantadas e extraídas das escrituras, as melodias dificultam a compreensão daquilo que esta sendo cantado. Pois as melodias são tão longas que no final das palavras torna-se difícil identificar o que está sendo cantado. Poderíamos exemplificar o que estou falando usando a palavra “Cristo” que em uma música Gregoriana ficaria mais ou menos assim, “Criiiiiiiiiiiiiiiiiiisto”, ou seja, no final da pronuncia os fiéis já não sabem mais o que esta sendo cantado.
  • 2. O canto gregoriano é entendido como uma relação transcendente entre o homem e Deus, por isso, não precisava ser entendido pela comunidade, precisava ser sentido por ela.
  • 3. Com o canto gregoriano a música foi tirada do povo e transferida para o clero. A comunidade então deixa de participar do culto através dos cânticos e passa agora assistir as apresentações.
  • 4. Com o canto gregoriano a música deixou de ser cantada na língua do povo para ser cantada no latim. Dificultando ainda mais a compreensão dos fiéis.
  • Qual a relação entre o canto gregoriano e a música gospel contemporânea.
  • 1. A idéia gospel atual da relação entre a música e o sagrado é semelhante ao canto gregoriano. A música deixou de ser uma expressão de adoração e louvor para se tornar um veiculo que conduz aqueles que estão cantando a outro patamar de espiritualidade. Por isso é comum observamos que algumas músicas gospel usam expressões como: “Quero ir mais fundo”, “leva-me mais longe” “Quero subir mais alto” “Quero me embriagar” “Quero mergulhar” “Quero sentir, quero tocar, quero ver” etc.
  • 2. Ênfase na melodia e não na letra, há inúmeros cânticos apenas com uma palavra ou duas, três palavras, mas que são repetidas até quase a exaustão. Exemplificando o que estou falando temos à música “Jesus”, cantada por Asaph Borba. Você pode não acreditar, mas a letra da música se resume em uma única Palavra. “Jesus”, a qual é cantada (14 vezes) com entonação diferente. Poderia citar muitas outras. Mas estas é suficiente para ilustrar o que estou falando Normalmente, essas músicas são cantadas varias vezes, ou seja, a música que já é repetitiva em suas frase e palavras, se tornam ainda mais repetitivas, porque são cantadas várias vezes, dependendo da “inspiração” do cantor.
  • 3. A música gospel tem buscado atingir a emoção e não a razão. As melodias são emotivas e cantadas de forma chorosa. Melodias com frases longas, a exemplo do canto gregoriano, sem falar na utilização de efeitos sonoros para estimular a emoção, exemplo do que estou falando a utilização de som de àgua em algumas músicas.
  • 4. “Profecias” e novas “revelações” no meio das músicas para transmitir a ideias de espiritualidade para os ouvintes. E ainda músicas que são cantadas como se Deus estivesse falando ao homem. Exemplicando o que estou falando posso citar a música “Preciso de Ti” do “Ministério Diante do Trono”, que após ser cantada nos shows abre espaço para que uma “profetiza” da Igreja Batista da Lagoinha possa trazer uma nova revelação para o povo, eu só não entendo porque somente nesta música Deus revela seus mistérios a esta profetiza? Outro exemplo é a música “Jardim Fechado”, do mesmo ministério, a letra trás a idéias de que o próprio Deus esta falando com o seu povo “Eu ti farei, como um jardim fechado, regado e cuidado pelo meu Espirito...”. Tudo isso para induzir o ouvinte a uma espiritualidade emocional.
  • 5. Com o movimento gospel a música deixou de ser parte da igreja, para ser cantada por um coro profissional. Por isso o culto se tornou um show, um espetaculo a parte, perdendo a sua essência e simplicidade. Se a música for animada o culto foi bom, se a musica for cantada apenas na voz sem acompanhamentos o culto foi frio e consequentemente não foi legal. A igreja já não canta mais.

  • Conclusão: A conclusão que chegamos é que a música evangelica está se tornando um mantra espiritual. Onde a razão tem sido ignorada completamente, ênfase é dada a emoção. Como consequência não se reflete mais sobre o que está sendo cantado. E por causa das emoções se faz no culto as coisas mais estranhas em nome de Deus. A verdade é que a música gospel virou sinônimo de comércio para enriquecer cantores que não tem nenhum compromisso com Cristo e nem com sua Palavra. E o leigo já não canta mais na igreja, pois a igreja tem profissionalizado a sua musica.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Aprendendo com os Puritanos a Viver Teocentricamente

  • O Que Foi o Puritanismo? O puritanismo foi parte do movimento da Reforma protestante na Inglaterra. Infelizmente não conseguimos precisar o seu inicio, exatamente porque não houve uma data ou um evento especifico que marcasse com exatidão o seu nascimento. Porém há evidências suficientes que nos faz crer que ele teve seu começo na primeira metade do século XVI, já que suas raízes remontam a essa data; ainda que ele só apareça em forma de movimento organizado em 1560, no reinado de Elizabeth 1ª.
  • O puritanismo começou como um movimento especificamente eclesiástico. A Rainha Elizabeth estabeleceu na Inglaterra o “tratado Elizabetano” ou “Acordo Elizabetano” como também ficou conhecido. Neste acordo ela reuniu as doutrinas da reforma, principalmente as calvinistas, mas reuniu também a liturgia ou estilo de culto católico romano, além de um governo eclesiástico episcopal.
  • Diante disso, os puritanos entendiam que a igreja da Inglaterra era reformada apenas parcialmente. Eles decidiram, portanto, “purificar” a igreja dos vestígios do catolicismo romano, que incluía as cerimônias, os rituais, e a hierarquia católica. Primeiramente, o Puritanismo lutava para reformar a igreja inglesa, que estava vinculada ao Estado. Mas logo essa consciência de reforma se ampliou para incluir as outras áreas da vida pessoal e nacional.
  • Portanto, o Puritanismo foi em parte um fenômeno distintamente inglês, constituído por razão dos descontentamentos com a Igreja da Inglaterra. Contudo, ele também foi desde o principio um movimento semelhante ao protestantismo europeu, por essa razão entendemos que o protestantismo fez parte do movimento reformado dá europeu.
  • Apesar de ser um movimento inglês e de ter algumas características que fossem especificas para a sua época, esse movimento nos chama a atenção para muitas de suas características, às quais creio que sejam atuais e por isso importantes de serem observadas por aqueles que desejam servir a Cristo com seriedade. A partir de agora citarei algumas características desse movimento.
  • 1. O Puritanismo foi um movimento exclusivamente religioso em todas as suas manifestações, fossem elas políticas, sociais ou econômicas. Todas as coisas eram sempre analisadas dentro de uma perspectiva religiosa.
  • 2. O Puritanismo foi um movimento que compreendia a centralidade das Escrituras em relação a todas as outras coisas da vida. A Bíblia para os puritanos era autoridade final de fé e prática.
  • 3. O Puritanismo foi um movimento caracterizado por uma forte consciência moral. Eles davam muita importância a perspectiva do que era certo e errado. Eles entendiam que as pessoas ou serviam a Deus ou serviam a satanás. Mas jamais poderiam servir a dois senhores ou ficar neutras.
  • 4. O Puritanismo foi um movimento de reforma. No coração dos puritanos havia uma convicção de que as coisas deveriam mudar. O clero deveria fazer uma reforma litúrgica, os governantes deveriam fazer uma reforma no País, os pais deveriam reformar a família, as pessoas deveriam reformar a vida da pecaminosidade e da conduta ímpia.
  • 5. O Puritanismo foi um movimento visionário, que sonhava com uma sociedade reformada, ou seja, uma transformação que aconteceria no indivíduo e que se propagasse para todas as áreas da sociedade.
  • 6. O Puritanismo foi um movimento de Protesto. Eles protestavam contra o catolicismo romano, e no tocante a alguns assuntos como trabalho, sexo, dinheiro, culto, havia muitas questões que eles procuravam responder biblicamente.
  • 7. O puritanismo foi um movimento de minoria. Apesar dos puritanos terem ganhado poder dentro da sociedade, numericamente eram bem reduzidos. Além disso, era uma minoria perseguida. Seus lideres foram presos, os leigos foram levados aos tribunais por realizarem encontros religiosos, os jovens não se graduavam nas universidades de Oxford e Cambridge, e os ministros que se recusassem vestir trajes anglicanos ou a apoiar cerimônia anglicana ou ler nos cultos o livro de oração eram removidos.
  • 8. O puritanismo foi um movimento leigo. É certo que os professores e o clero forneceram a teoria intelectual para o movimento. E contribuíram com a formação dos leigos, mas a essência do movimento foi a capacidade de influenciar as pessoas comuns.
  • 9. O puritanismo foi um movimento erudito. Seu objetivo era uma reforma que atingisse a vida religiosa, nacional e pessoal. E os seus lideres entenderam que o jeito mais fácil de influenciar a sociedade era através das escolas.
  • 10. O puritanismo foi também um movimento político e econômico. Seria impossível para os puritanos mudar qualquer coisa na igreja sem se envolver com a política, pois a igreja estava sujeita ao Estado. Quanto à economia, os puritanos enfatizaram o valor do trabalho, da poupança e do ganho honesto.
  • Conclusão: Pelo que percebemos então, o puritanismo foi um movimento inglês que trouxe uma profunda contribuição para a sociedade no século XVI e XVII e com certeza mesmo com o seu enfraquecimento as suas influencias ainda continuaram nos séculos posteriores, e muito de sua contribuição continuam até os dias de hoje. Precisamos resgatar em nosso coração e em nossa sociedade a centralidade das Escrituras. Precisamos resgatar a centralidade de Deus em todas as áreas de nossas vidas. Temos que voltar para a Palavra de Deus e ter nela o norte, a direção, a bússola que nos conduza sempre pelo caminho que glorifique a Deus.
  • Qual a sua relação com as Escrituras? O conhecimento que você tem de Deus e de sua Palavra tem produzido em você um senso de consciência moral? Você tem desejado mudanças, pessoais, sociais e religiosas em sua vida e na sociedade? O que você tem feito para viabilizar essas mudanças? O seu Cristianismo é um cristianismo de protesto? Como você lida com o trabalho, com o dinheiro, com o sexo, com a poupança e com a política? Você tem centralizado Deus e a vontade dEle em sua vida?

sábado, 25 de julho de 2009

Ampliando as Fronteiras das Nossas Amizades.

  • "Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado. Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos" 2 Co. 6.11-12
  • Nesta semana que passou foi comemorado o dia do amigo, uma data importantíssima para refletirmos sobre a amizade, já que nem sempre paramos para pensar na importância dos relacionamentos.
  • A verdade é que o ser humano não é auto-suficiente, ele não se basta, ele não se completa sem o outro, o homem é um ser relacional, que necessita ter relacionamentos e amizades. A razão disso, é que Deus ao criá-lo, o fez para refletir alguns dos seus atributos. Logo, sendo Deus um ser relacional, que diferentemente do homem se basta em seu relacionamento trinitário, cria os homens como seres relacionais que precisam tanto do Criador, como também dos seus semelhantes. Em outras Palavras, nos temos por herança natural manifestações sentimentais que o próprio Deus colocou no nosso coração para que crescêssemos em amizade e companheirismo uns com os outros.
  • Portanto, entendemos que o homem não é uma ilha para viver isoladamente, e isso pode ser claramente percebido na vida, nos filmes, nas literaturas e nas novelas, onde os respectivos autores descrevem através de seus personagens a impossibilidade de uma pessoa equilibrada emocionalmente viver sozinha sem relacionamentos de cordialidade e amizade. Uma ilustração que retrata bem o que estou dizendo é o filme “Naufrago” estrelado por Tom Hanks, o qual conta a história de um homem que devido a um grave acidente aéreo ficou preso em uma ilha completamente deserta durante quatro (4) anos. E que precisou lutar para sobreviver, tanto fisicamente quanto emocionalmente, a fim de que um dia pudesse retornar à civilização. Tomado pelo medo e pela solidão ele resolveu fazer de uma bola de vôlei um amigo para si, o qual recebeu o nome de Wilson. Não sei se foi intencionalmente, mas o filme mostra-nós a necessidade que o homem tem de relacionar-se.
  • No texto citado acima, o apostolo Paulo esta focado em construir relacionamentos. Paulo foi alguém que enfrentou grandes barreiras na igreja de Corintios, alguém que se doou pela igreja, mas que muitas vezes só recebeu daqueles irmãos afronta, destrato e perseguição. Apesar de tudo isso Paulo ainda continuava aberto e esperançoso na construção de novos e duradouros relacionamentos com aqueles irmãos. O texto então é uma advertência do apostolo para que aquela igreja abrisse o coração, destrancasse os ferrolhos da alma, se armasse com sentimentos confiáveis e verdadeiros, e demonstrasse amor e alegria na relação com o apostolo, algo que ele sempre evidenciou àquela igreja.
  • Isso, nós ensina que não somos auto-suficientes, somos pessoas que carecem de dilatar o coração, estender as amizades, conhecer e conviver bem com os irmãos. As guerras necessitam ficar fora do nosso quadrado e a paz precisa ser buscada e estendida em todas as nossas relações.
  • Logo, a amizade verdadeira é reflexo da comunhão e da amizade que temos com Deus por meio de Cristo. Esta amizade com Deus precisa ser estimuladora e construtora de parâmetros para as nossas relações de amizades. Não podemos dizer que amamos a Deus, e não amar o nosso próximo. Quanto ao amor, nós sabemos que está além das palavras, ele é visto na prática dos relacionamentos. O amor é ação. O amor é comprometimento com a verdade da palavra de Deus.
  • O mundo pós moderno tem distorcido o amor e estimulado os relacionamentos descartáveis, as pessoas já não mais namoram, apenas ficam, os casamentos já não são mais oficializados, pois estão juntos até quando der certo, já não falamos mais em amigos, dizemos colegas, um cara que eu conheci, uma senhora que era minha vizinha, etc. As consequências dessa relações superficiais dos nossos dias podem ser medidas nas artifialidades de nossas conversas, na falta de integridade nas relações, no estilo de vida eu fico no meu gueto e você no seu gueto "cada um no seu quadrado", pode ser vista ainda nos relacionamentos oportunistas, onde as pessoas são amigas até o dia em aquela amizade trouxer lucro, quando não mais for lucrativo tal relacionamento ha o distânciamento, e coloca-se a culpa na falta de tempo, no acúmulo de trabalho, na faculdade, etc.
  • Aqueles que estão em Cristo, não podem ser assim, precisam ser diferentes em seus relacionamentos, precisam ser integros em suas amizades, fale a verdade com seu amigo sempre, não use de politicagem nas suas relações, não seja oportunista, aprenda a servir em seus relacionamentos, invista e dedica-se à suas amizades, nós precisamos construir relacionamentos duradouros e não apenas relações surpeficiais. Precisamos ter amigos que amem a Deus, que o tema, e que sejam integros e honestos. Portanto, cuidado com as suas amizades, não assente nas rodas dos escarnecedores para desonrar a Deus, com pretexto de fazer amizade. Cuidado com seus "amigos" de faculdade, de trabalho, veja se esta amizade esta agrando a Deus. Porque em tudo, sabemos que Deus precisa ser glorificado, inclusive nos nossos relacionamentos de amizade.
  • Por isso, dedique-se na comunhão com Deus através da oração e do estudo da Palavra. Invista nas antigas amizades. Aproveite as oportunidades e crie novas oportunidades de comunhão e amizades com as pessoas com quem você convive. Saia do seu gueto e pague o preço para ter relacionamentos saudaveis e que agradem a Deus. Chame as pessoas para ir a sua casa, visite os seus amigos, rompa as barreiras que tiverem, de o primeiro passo para as novas amizades, não espere que as pessoas se aproximem de você, mas faça isso primeiro.
  • Lembre-se que o verdadeiro amigo é aquele que fala sempre a verdade, por isso, pregue a palavra para os seus amigos. Isso é a maior demonstração de amizade.
Feliz dia do amigo,
Dantas

quarta-feira, 22 de julho de 2009

As Estranhas Músicas de um Cristianismo Esquisito.

  • Sabemos que a música faz parte do cotidiano dos homens. Desde do ínicio de sua história o homem sempre teve relacionamento bastante forte com a música, a prova disso, é que já nos primeiros capítulos da Bíblia temos mensões de instrumentos musicais sendo criados e construídos pelos descendentes de Caim. E em toda a Bíblia temos relatos sobre musicos de qualidades inquestionáveis que usavam a música como forma de adoração a Deus; ficando claro que tão antigo quanto a existência da música é também a sua utilização em culto ao Deus da Bíblia ou a deuses pagãos.
  • Portanto, a grande questão que precisa ser discutida na música contemporânea não é o seu ritmo e nem a sua melodia, mas a sua letra, essa é a grande diferença entre música e música. Ainda que em determinadas culturas alguns ritmos ganhem status de profanos e fiquem inviavéis e praticamente impossíveis de serem utilizados nos cultos. Apesar disso, o nosso maior problema hoje é com o baixo nível intelectual, moral, cultural e teológico das letras.
  • Atualmente não gosto da divisão que normalmente é feita entre música sacra e música profana; entendo que indepedente dos ritmos em que são tocadas, existe música boa e música ruim. Música ruim é aquela que exalta e estimula o pecado. Música boa é aquela que fala das verdades de Deus, mesmo que não tenha objetivo religioso, mas como fruto da graça comum de Deus derramada sobre os homens, os quais conseguem falar com verdade e propriedade sobre o Criador, a criação,o amor, as alegrias, as tristezas, os sonhos, etc.
  • No entanto, é importante ressaltar que as músicas para serem cantadas no culto solene em louvor e adoração a Deus, precisam ter em suas letras mais do que evidências da graça comum de Deus, mas nessecitam evidênciar a graça especial do Senhor, ou seja, a música para ser cantada no culto tem que ser serva da palavra de Deus. Foi assim no período do Velho Testamento, no periodo do Novo Testamento, nos primeiros seculos do Cristianismo, no período da reforma e pós-reforma e precisa ser assim também com os “hinos” e “corinhos” contemporâneos cantados nas igrejas atualmente.
  • Diante disso, de acordo com a Teologia e a Confissão de Fé da Igreja Presbiteriana do Brasil, quero analisar a teologia e lógica de alguns “corinhos” que se cantam em algumas igrejsas Presbiterianas. Digo Presbiteriana por que é a denominação da qual sou Pastor. primeira letra a ser analisada é a música “Faça o Melhor” cantada pelo grupo “Filho do Homem”, o qual tem melodia e ritmo empolgante, mas não expressa a verdade da palavra de Deus.
  • Segue abaixo a letra da musica.
“Cante, cante, cante ao Senhor pra sempre (2x)
Faço o melhor, faço o melhor ôôô
Faço o melhor pra Deus (2x)
Aplauda, Aplauda, Aplauda ao Senhor pra sempre (2x)
Faço o melhor, faço o melhor ôôô
Faço o melhor pra Deus (2x)
Pule, Pule, Pule ao Senhor pra sempre (2x)
Faço o melhor, faço o melhor ôôô
Faço o melhor pra Deus (2x)
Te amo, Te amo, Te amo meu Senhor pra sempre (2x)
Te amo, Te amo, Te amo meu irmão pra sempre (2x)”
  • a) A primeira questão que gostaria de levantar nessa música é a respeito da profundidade da letra. Responda-me qual é o conteúdo dessa letra? Ela fala da grandeza de Deus? Ela enaltece, engrandece, exalta o Senhor? Ela estimula a intimidade com Deus? Ela fala do consolo, conforto, da obra expiatória, do sacrifício perfeito de Cristo? Ela fala exatamente sobre o quê?
  • A verdade é que ela não fala nada, sobre nada. Não fala da grandeza e nem da majestade de Deus. Não fala da obra e nem do sofrimento de Cristo. É uma letra repetitiva que não diz absolutamente nada. Não tem profundidade nenhuma. Mostra a incompetência de análise e a fragilidade teológica e racional daqueles que a cantam. Talvez seja por isso que os cristãos, muitas vezes, são rotulados de ignorantes, analfabetos e incompetêntes intelectualmente.
  • Essa música ressalta a incoerência de uma igreja sem embasamento bíblico, que deseja cultuar a Deus de acordo com as suas desequilibradas concepções teológicas, e que sem sombra de dúvidas tem exaltado a criatura ao invés do criador. Deus aceita esse tipo de culto? Esse tipo de adoração agrada a Deus ou agrada ao homem? Exalta ao Criador ou tráz condenação e juízo para a criatura? Uma coisa é fato, não podemos adorar a Deus, ao nosso bel prazer, mas a nossa adoração tem que ser pautada na direção que vem do próprio Deus, a qual ele nos dá nas Escrituras Sagradas.
  • b) Esta música esta centrada em Deus ou no homem? Ela é humanista ou teocentrica? Quem é o centro dessa música? Quem pratica a ação? Quem tem maior evidência em sua letra, Deus ou o homem? Quem deve cantar? Quem deve pular? Quem deve aplaudir? Quem deve fazer o melhor? Logo, entendemos que esta é uma música centrada no homem. Eu canto, eu faço o melhor, eu amo, eu pulo, eu aplaudo. Uma música humanista e não teocentrica.
  • c) Esta música é a expressão atualizada do cristianismo pós-moderno, ou seja, um cristianismo fácil, frágil e vazio. Qual o melhor que Deus espera que façamos para Ele? Cantar? Pular? Aplaudir? Este é o melhor que devemos fazer para Deus? O problema é que essas coisas têm tomado o lugar da santidade, do abandono do pecado, do servir ao próximo, do zelo com a palavra, da dedicação na oração, da submissão às autoridades, das responsabilidades cristãs, etc.
  • As igrejas contemporâneas na sua maioria têm ficado apenas num cristianismo do cantar, pular e aplaudir, e não têm adquirido qualquer fundamentação bíblica, histórica e teológica. E a evidência da falta dessas fundamentações é exatamente quando ainda se canta esse tipo de música no culto.
  • d) Mostre-me na Biblia onde há pulo no culto? Onde há dança no culto? Onde há aplausos no culto? Não existe em nenhum texto bíblico comportamento como esses no culto. Quando os salmos falam sobre danças por exemplo eles estão falando de uma celebração que acontecia no caminho para o culto e em festas judaicas. No entanto sempre fora templo e fora do culto.
  • e) Quero concluir dizendo que esta é uma das piores músicas que já ouvi. Tanto teologicamente, como racionalmente. Francamente, cantar e permitir cantar essa música na igreja mostra a fragilidade do cristianismo contemporâneo.