sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Reforma Protestante, mais do que um movimento, um estilo de vida.

A Reforma Protestante foi um movimento marcado pela volta às Escrituras e tinha o propósito de trazer a igreja à pureza original do inicio do cristianismo; para alguns historiadores depois do pentecostes a Reforma do Século XVI foi o maior avivamento espiritual que já aconteceu na historia da igreja.

Alguns mitos ao longo da historia surgiram em torno da reforma, os quais precisam ser claramente respondidos. Primeiramente é necessário destacar que a igreja Romana não foi dividida na reforma protestante como gostam de esbravejar os romanos, mas seus fragmentos divisionistas vinham de muito tempo antes da reforma. Por outro lado, faz-se necessário destacar que apesar da reforma protestante ter o seu auge no século XVI a sua origem antecede a este período. Por isso é impossível falar sobre a reforma protestante e não nós referirmos aos períodos anteriores; como por exemplo, a Renascença a qual passo a descrever.

A Renascença foi um movimento cultural que surgiu no século XV e que serviu de grande preparação para a Reforma do século XVI. A Renascença surgiu no norte da Italia e contribuiu para houvesse uma libertação do domínio que a igreja Romana exercia na economia, na arte, na ciência, na política e na religião.

Anterior a Renascença a igreja mantinha o seu domínio econômico sobre a sociedade proibindo o empréstimo de dinheiro a juros e incentivando o voto da pobreza, dizendo que era virtuoso ser pobre, enquanto que os seus cofres se abarrotavam de dinheiro. Mas, durante a Renascença surge na Europa à burguesia, as companhias de navegação e os descobrimentos dos novos mundos, abrindo-se largos horizontes de exploração de riquezas. Acabando com a manipulação romana.

Nas artes a igreja Romana determinava que as pinturas e as esculturas fossem realizadas dentro de uma visão espiritualizada, conforme a definição que igreja tinha do sagrado. Entretanto, na Renascença surgem os grandes pintores e escultores, entre eles Leonardo Da Vinci, Michelangelo e outros, que se recusaram a permitir o domínio de Roma sobre as suas artes.

Na política temos a defesa que Maquiavel faz quanto à necessidade de que igreja e o estado exerçam atuações independentes, para Maquiavel o estado deveria ser leigo e a religião não deveria exercer domínio sobre a política.

Quanto à religião, as Escrituras não eram lidas pelos leigos, se alguém ousasse lê-las deveria também interpretá-las pela hermenêutica da igreja Romana, olhando sempre as suas verdades pelas lentes do papado. Mas grandes Pré-reformadores surgem nesse período, como por exemplo, JHON WYCLIFF, JHON HUSS, JERÔNIMO SAVONAROLA e outros que aceitaram a morte mais se recusaram se calar diante do domínio da Igreja Romana.

Além disso, na Renascença houve também uma volta aos estudos clássicos e assim algumas pessoas tiveram condições de ler o novo Testamento na língua original em que Ele foi escrito e ao fazerem isso perceberam quantas distorções haviam sido introduzidas no Cristianismo pela igreja Romana. Sem falar da revolucionária invenção da imprensa por Johannes Guttenberg em 1450. Portanto, podemos dizer que apesar da data inicial da reforma protestante ser sempre atribuída a fixação das 95 teses de Martinho Lutero contra as indulgencias na Catedral de Wittenberg ela é uma continuidade da luta que outros homens já haviam iniciado no passado, a qual encontrou nos homens do século XVI apoio e prosseguimento.

Os principais reformadores foram:

· Martinho Lutero (1483 – 1546), alemão, filho de camponeses, que tentou ser monge agustiniano, mas que após ter contato com as Escrituras, particularmente no texto de Romanos 1.17 e descobrir que somos justificados pela fé somente, resolveu se manifestar publicamente contra a doutrina da indulgência da igreja Romana.

· Hulrico Zwinglio (1484-1531) reformador Suíço que viveu na região de Zurique.

· João Calvino (1509 -1564) reformador Francês, considerado por todos como o celebro da reforma, recebeu formação humanista, escreveu enumeras obras literárias e comentou praticamente todas as Escrituras.

· John Knox (1513-1572) É chamado pai do presbiterianismo. Educado na Universidade de Glasgow, implantou a Reforma na Escócia.

Os princípios Básicos da Reforma Foram:

· Sola Scriptura – Só as Escrituras – Os reformadores reafirmaram a supremacia das Escrituras sobre a tradição. A Bíblia é a única regra de fé e prática. A autoridade da Igreja precisa estar debaixo das Escrituras. Nenhum dogma ou experiência pode ser aceito se não tiver base na palavra de Deus.

· Sola Fide – Só a Fé – A salvação não é mérito humano, conquistada pelas obras, mas é obra de Deus recebida de graça, mediante a fé em Cristo.

· Sola Graça – Só a Graça – Os reformadores reafirmaram a doutrina apostólica de que somos salvos pela graça. Deus decide lançar sobre Cristo o castigo que nós merecemos e nos dar a salvação que não merecíamos.

· Solo Christu – Só Cristo – Os reformadores reafirmaram a doutrina Bíblica de que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, nem Maria, nem os anjos, nem os santos nem os papas podem ser os nossos mediadores.

· Sola Glória – Só a Gloria – A Deus devemos sempre dar toda a gloria.

· O Sacerdócio Universal – Os homens não precisam de intermediário para chegar a Deus, o véu do templo foi rasgado e agora todos têm acesso à presença de Deus.

Quero concluir dizendo que deveríamos nos unir com esses homens do passado e lutarmos juntos pelo evangelho, pela pureza da igreja, pela volta às escrituras e a volta aos pontos norteadores da fé; 31 de outubro é mais do que uma data histórica que nos remete a lembranças saudosas, mas é principalmente um convite para assumirmos posição nesta luta.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Comida é para o corpo e não o corpo para a comida.

Gn 3, Sl 79, Nm 11.18, Mt 4.

Durante toda a história do homem e principalmente nos dias atuais a alimentação nossa de cada dia tem sido motivo não só de alegria e prazer, mas também de confusão, rebelião e escravidão.

A comida em excesso ou a falta dela são assuntos de preocupação mundial e as discussões a este respeito são direcionadas tanto para se ponderar sobre a obesidade e as doenças da má alimentação quanto para se refletir sobre a magreza excessiva provocada, sobretudo pela bulimia ou anorexia, e as implicações desse comportamento na saúde física. A conclusão mais básica desses debates é que são múltiplos os males das distorções alimentares, por isso que cada vez mais se busca a fórmula perfeita da alimentação ideal.

No entanto, é importante se pensar que, infelizmente, os distúrbios alimentares proporcionam vantagens financeiras na casa dos bilhões de dólares para alguns. Isso tanto no que se refere ao avanço dos comércios estimuladores da má alimentação “fest-food” e outros, como também no ascendente avanço da indústria do emagrecimento, que conquistam seus clientes oferecendo a fórmula ideal para o corpo perfeito, isso através das plásticas, das academias, dos remédios de emagrecimento e outros.

Diante disso as academias ficam lotadas, os medicamentos são vendidos, as cirurgias são feitas, mas ainda assim não se consegue chegar às raízes mais profundas da questão. Qual a raiz do problema da desordem alimentar? O que está acontecendo com os hábitos alimentares da população? Porque tantas pessoas, entre elas pessoas cristãs lutam e são vencidas pela desordem alimentar? O que Deus pensa sobre os hábitos alimentares dos homens? São estas e outras perguntas que buscarei responder neste artigo

Perceba que ao criar o homem e colocá-lo no jardim do Éden Deus demonstrou uma profunda preocupação com a sua alimentação, a ele foi dado de comer de todas as frutas que estavam no jardim, menos do fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal Gn 1.29. E após o dilúvio foi lhe permitido também se alimentar dos animais Gn 9.3. Mas parece-nos que desde o principio o homem fez da benção da alimentação um problema para a sua vida.

Porem, não era para ser assim, pois ao criar os alimentos para os homens Deus declarou que tudo era bom, e o propósito de Deus era satisfazer e alegrar o homem dando-lhe prazer e sustento através da alimentação. Deus quis que o ato de comer fosse agradável e prazeroso para os seus filhos e que esse momento os levasse a descansar na Sua provisão. O comer nunca deveria ser um ato de independia ou de rebeldia contra Deus. Por essa razão Deus estabeleceu regras para à alimentação do homem desde o principio.

Todavia não muito tempo depois de ser criado o homem já desejou viver independente do seu criador e perverteu o que era bom, inclusive no que se refere a sua alimentação. O homem desde o inicio deveria confiar na provisão de Deus sendo grato pelo sustento e tendo contentamento na suficiência providencial Deus. Mas em vários momentos as Escrituras descrevem no homem um comportamento de descontentamento e falta de confiança na provisão do Senhor.

No jardim do Éden o homem é dominado pela cobiça da beleza e do sabor do fruto proibido, e sem usar nenhuma palavra, ele nega a capacidade que Deus tem para sustentá-lo e satisfazê-lo com todos os outros frutos do jardim do Éden, o que não era pouco. Eis aqui um comportamento de desconfiança e insatisfação com a suficiente provisão divina, ha no homem um desejo de independência das regras estabelecidas por Deus.

E assim também foi durante a libertação do povo no deserto, o comportamento em relação a comida não foi muito diferente do Éden. O povo de Israel queria mais do que a provisão divina para eles. Rebeldemente olharam para o que faltava na sua mesa e não para da provisão diria através do maná, cobiçaram e desejaram as carnes e as cebolas do Egito e não foram gratos pelo pão “de cada dia” literalmente vindo dos céus como demonstração de cuidado e amor paternal. O povo se lembrou daquilo que não tinha no deserto, se esquecendo de que no Egito eles tinham mais do que carnes e cebolas, no Egito eles tinham escravidão e trabalho forçado, tinham chibatadas e fadigas, tinham os seus filhos mortos e distanciamento de uma vida de adoração plena.

Os Israelitas se lembravam do que deveria ser esquecido e se esqueciam exatamente daquilo que deveriam lembrar que é certamente do cuidado e o amor de Deus por eles, demonstrado e provado não só nos resgate da escravidão e como na provisão do Maná no deserto.

Este comportamento do deserto referente à alimentação do povo, serve como espelho das intenções dos seus corações, pois assim como Adão foi provado por Deus no jardim do Éden, o povo no deserto estava sendo provado, para que ficasse evidente a quem ou o que eles amavam mais. A alimentação nesse contexto foi usada por Deus para que ficassem evidentes os apetites e a disposição do coração do seu povo.

No Novo Testamento a provação de Cristo foi semelhante a esta, logo após ser batizado Ele foi conduzido pelo Espírito de Deus ao deserto para ser tentado pelo diabo; e o primeiro ato de satanás foi tentá-lo em relação a alimentação,exatamente para que fosse conhecido os apetites do seu coração e ficasse evidente a confiança e o desejo e a disposição de obediência que Ele tinha ao Pai. Há um paralelo aqui entre Cristo e Adão, entre Cristo e provação do povo no deserto, se por um lado os dois primeiros não obedeceram a Deus por outro Cristo, o segundo Adão, foi provado para vencer de uma vez por todas as obras de satanás e conduzir triunfalmente o seu povo a vitória.

Podemos dizer então que os nossos hábitos alimentares servem também para refletir como no espelho os desejos dominantes do nosso coração, a maneira como nos relacionamos com os alimentos podem demonstrar rebeldia ou falta de confiança em Deus, pode demonstrar busca pelo prazer e realização plena que somente Deus é capaz de proporcionar; e quando isso acontece o comer se tornar um ato pecaminoso.

Infelizmente, algumas pessoas fazem dos atos alimentarem um momento de fuga dos seus problemas e ao invés de enfrentá-los buscando ajuda em Deus para resolvê-los, elas preferem esconder a falta de confiança em Cristo na busca pelo conforto e consolo proveniente da alimentação. É por isso, que algumas pessoas comem mais quando estão ansiosas, quando estão nervosas, quando sente solidão, quando estão zangadas, ou até mesmo por se sentirem ociosas, sentimentos que deveriam ser saciados em Deus ao descasar o coração no cuidado providencial e amoroso do Redentor.

A Bíblia nos desafia a confiar em Deus nesses momentos de ansiedades, lançando sobre Ele as nossas aflições, porque verdadeiramente Ele é aquele que cuida de nós. Fl. 4.6-9. E da mesma forma temos de lançar sobre Ele todo o nosso temor, toda a nossa irá para que seja evidente a justiça daquele que é o Sol da justiça. Em outras palavras a alimentação NÃO pode ser um refúgio, mas Deus sim é o nosso refugio e fortaleza, socorro presente e toda fonte de prazer que precisamos.

É bem verdade que a piedade não pode ser medida pela quantidade de quilos que uma pessoa tem; ninguém é mais piedoso por pesar menos ou deixa de ser piedoso por pesar mais, nesse sentido podemos dizer que não existe o peso da piedade. No entanto, sabemos que a falta de cuidado com o corpo que é o templo do Espírito deve ser visto como falta de zelo e temor do Senhor. É verdade que nem toda obesidade é provocada por disfunção alimentar e que nem todas as disfunções alimentar se revela apenas com a obesidade, contudo, muito dos problemas físicos que temos é fruto da falta de cuidados alimentares.

Quero concluir exortando a você para que cuide de sua alimentação, buscando motivos piedosos para isso e não por causa do padrão externo de corpo ideal, pois Deus não ordena que sejamos magros, mas que sejamos santos e obedientes a Ele. Por isso o nosso alvo com a alimentação primariamente é nos conforma-se à imagem de Cristo. É buscar a glória e o prazer de Deus e não o nosso próprio prazer. É cuidar do corpo que é habitação do Espírito Santo; não nos deixando dominar pelo pecado da gula, entendendo que todas as particularidades de nossa vida pertencem a dEle. Não faça da alimentação o seu refúgio. Refugie em Cristo.

sábado, 16 de outubro de 2010

As Consequências de Se Buscar Doçura Naquilo Que Cheira Mal.

A história de Sansão é uma das mais belas histórias das Escrituras. O nascimento de Sansão é um milagre duplo, primeiramente, na vida de seus pais que apesar serem crentes e fieis a Deus não podiam ter filhos devido à esterilidade da mãe de Sansão, mas a graça de Deus alcançou esta família concebendo a ela o privilégio de ter um filho para servir ao Senhor. A notícia foi dada à mãe de Sansão através de um anjo do Senhor, o menino seria um nazireu, e por isso deveria ser consagrado a Deus desde o ventre até o dia de sua morte. E por ser Nazireu, não poderia tocar em cadáver, tomar bebidas fortes ou cortar os cabelos, este era o requisito para uma vida de pleno louvor e honra a Deus.

Em segundo lugar, no nascimento de Sansão foi um milagre Divino para o povo judeu. Este menino seria abençoado por Deus e cheio do Espírito Santo, para livrar Israel das mãos dos filisteus, mudando assim a realidade de cativeiro e opressão vivenciada pelos servos de Deus.

Mas Sansão resolveu buscar satisfação para o seu coração naquilo que Deus proibia. Por capricho, vaidade e desobediência, tomou para sim esposas de povos que não amavam a Deus. Além disso, comeu mel de cadáver, no qual ele nem deveria ter tocado. E por ultimo Sansão tem os seus cabelos cortados pela traidora Dalila.

Esta é a historia de um homem que tinha tudo para ser um modelo positivo às gerações futuras, mas não é isso que acontece, Sansão se torna um exemplo a não ser seguido. Faltou fidelidade e temor ao Senhor e zelo pela obra que deveria realizar. Sansão buscou realizações para o seu próprio coração, mesmo que estas realizações estivessem distantes do prazer do Senhor. E foi traído, humilhado, envergonhado, ridicularizado.

Conosco também não é diferente, escolher trilhar o caminho da desobediência e negligencia espiritual, sempre trará sobre as nossas vidas as conseqüências da nossa própria rebeldia e da disciplina do Senhor. Por isso, fuja das paixões e dos enganos do seu coração pecaminoso, lute para obedecer o evangelho de Cristo com a mesma intensidade de força que Sansão demonstrava ao lutar contra os seus inimigos. Cuidado com os caminhos e com as decisões que comprometem à Palavra de Deus, por que sempre que tomarmos posturas que ferem os principios das Escrituras, sofreremos as conseqüências terríveis da nossa rebelião. Portanto, nunca se esqueça, que mesmo que o pecado tenha gosto de mel, ele cheira mal e o seu fim sempre será amargo, trágico, vergonhoso.