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“E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem.”
- O conhecido Psicanalista Sigmund Freud, que era judeu, porém ateu, disse certa vez que Deus não existe, pois ele (Deus) não passa de uma invenção humana.
- E não muito tempo depois da afirmação de Freud o filósofo Fiedrich Nietzsche chegou à mesma conclusão de Freud, afirmando pouco antes de sua morte que “nós matamos a Deus, eu e você o matamos, Deus está morto” disse Nietzsche.
- Logicamente, se esses homens estivessem certos em suas afirmações, não haveria para a humanidade esperança. Pois se Deus não existisse como afirmou Freud ou se estivesse morto com disse Nietzsche, não só perderíamos todo referencial de verdade, de ética, de justiça de moralidade, como também estaríamos desprovidos de todo conforto, consolo e sustento providencial fruto da bondade e do cuidado de Deus.
- Mas graças a Deus porque a Bíblia e a história nos mostram que Deus não é fruto da invenção dos homens, que ele está vivo governando com todo o seu poder o mundo criado. E é sobre isso que trata o texto citado acima, o qual nos ensina que nas dificuldades cotidianas Cristo, o Deus encarnado, será sempre auxilio e fortaleza para aqueles que confiam nEle. Nas dificuldades cotidianas podemos buscar abrigo e consolo nas misericórdias de Cristo, nEle sempre encontraremos ajuda para as dores e tristezas que afligem os nossos corações.
- É inegável que a dor, a angustia, a crise na alma, a ansiedade, a depressão fazem parte do cotidiano dos homens, mesmo daqueles que já conhecem a Cristo.
- Todos os homens e inclusive os crentes são confrontados com o sofrimento em seu dia-a-dia; sejam eles ricos ou pobres, negros ou brancos, amarelos ou índios, não estão isentos de infortúnios cotidianos. Sejam esses problemas causados diretamente pelo pecado de Adão, pelo nosso próprio pecado ou pelos pecados de outros contra nós, mas enquanto vivermos neste mundo caído enfrentaremos sofrimentos.
- A Ciência avança, a medicina se torna cada vez mais competente em varias áreas, a tecnologia se torna quase indescritível em nossa época. Mas em contra partida a solidão do homem, o desespero de alma, a dor das tragédias não podem ser totalmente aplacadas com essas descobertas humanas e a grande frustração dos homens e exatamente isso, terem grande capacidade de criação, mas ao mesmo tempo serem tão frágeis, suscetíveis as mais variadas dificuldades sobre as quais não conseguem dominar completamente.
- Portanto, o que traz alento, o que traz consolo, o que traz paz e esperança ao nosso coração e a verdade de que diante das lutas pelas quais passamos; diante das dificuldades e dos desafios diário que enfrentamos não estamos sozinhos. Não estamos sem amparo, não estamos abandonados à deriva no mar da solidão.
- Mas temos conosco um Deus presente e real, que por meio e por causa de Cristo Seu Filho, luta por nós e junto conosco, um Deus que guerreia as nossas batalhas e que entende a nossa a nossa dor. Perceba que o Evangelista Marcos inseriu o texto num contexto de milagres espetaculares, veja que num contexto mais remoto Ele mostra Jesus acalmando a tempestade, e descreve toda a preocupação que Ele teve com os discípulos em alto mar.
- E no contexto anterior ao nosso texto encontramos a história desse homem completamente selvagem, que vivia dominado por espíritos malignos e ninguém podia libertá-lo, nem mesmo mantê-lo aprisionado, por isso ele vivia dia e noite gritando entre os sepulcros e ferindo-se com pedras.
- É evidente que a convivência desse homem com a sociedade se tornou impossível devido à sua agressivi¬dade e todas as tentativas em domina-lo para mante-lo em lugar seguro e confortavel foram frustradas pelo proprio possesso.
- E na seqüência desses dois relatos nós temos a história de Jairo, uns dos principais da sinagoga, um fariseu provavelmente muito religioso e que deveria ser bastante conhecido naquela região. Agora ele rompe com seus preconceitos, com seus medos, com suas humilhações e se prostra aos pés de Jesus suplicando-lhe um milagre em favor de sua filha.
- A Historia de Jairo foi interrompida, para que o autor descrevesse a historia de uma mulher sem nome, uma mulher marginalizada, sem vida social, provavelmente com poucos amigos, uma mulher que há doze anos estava sofrendo de uma hemorragia constante, crônica, incurável, e que havia padecido nas mãos de vários médicos, gastando tudo o que tinha. Não sabemos qual a dimensão de suas posses, mas sabemos que essa mulher se encontrava frustrada porque não tinha mais dinheiro para continuar o seu tratamento. E mesmo gastando todo o seu dinheiro com os médicos, nenhum deles conseguiu encontrar a cura para a sua enfermidade.
- Mas o que essas 4 histórias descritas por marcos tem em comum?
- Perceba que o clímax dessas histórias esta na incapacidade, na incompetência dos homens em lidar sozinhos com as suas próprias lutas, em guerrear sozinhos as suas próprias batalhas. Todos os quatros relatos descrevem a falência e ineficiência humana diante de acontecimentos cotidianos. Os discípulos eram incapazes de acalmar a tempestade e salvarem as suas vidas. O povo era incapaz de libertar ou até mesmo manter preso um homem endemoniado. Nenhum médico era capaz de curar uma mulher com fluxo de sangue, e, naturalmente nenhum poder do universo era capaz de ressuscitar dentro os mortos uma menina! (exceto o poder de Cristo).
- Dessa forma o texto apresenta à incapacidade, a insuficiência, a inabilidade, a inépcia dos homens diante dos problemas que os assolam e ninguém será capaz de ajudá-los diante de suas dificuldades e lutas se não houver uma intervenção direta da parte de Deus manifestando o seu favor. O consolo humano, só será consolo quando Ele vier acompanhado do consolo divino. O texto nos ensina que não somos autônomos, independentes de Deus, pelo contrário, somos criaturas frágeis e completamente dependentes do nosso criador. Dependentes do Cristo vivo, pessoal, relacional, que está profundamente interessado nos homens e em suas necessidades.
- Foi assim no texto da tempestade em alto mar, no texto do homem endemoniado, onde Cristo toma a decisão de se aproximar desse que aos olhos dos Judeus era pagão e impuro por viver entre os mortos. Foi assim com Jairo, diante uma multidão de pessoas Cristo lhe dá atenção, foi assim com a mulher hemorrágica, a quem Cristo insiste em conhecer. Mostrando-nos que o Deus Criador é também aquele que deseja proporcionar o bem estar de sua criação. Precisamos reconhecer nas nossas lutas cotidianas a nossa total dependência de Cristo.
- Eu quero ilustrar o que estou dizendo citando o capitulo 38 de Jó o qual é belíssimo e nos ensina muito sobre a nossa ignorância e pequenez, Deus confronta a Jó com sua limitação e impotência. E Deus faz isso em meio a sua dor, sofrimento e angustia, exatamente para que Ele notasse que o socorro dele vem do Senhor.
- “Se você é sábio, diga-me onde estava quando Eu lancei os alçicerces do mundo? (...) Sobre o que se apóiam os alicerces do mundo, e quem colocou a primeira pedra dessa construção...? Quem foi que estabeleceu limites para o mar, quando as águas surgiam do abismo? Onde você estava quando Eu tracei limites ao mar, de onde as ondas não podem passar, e disse: Até aqui você pode vir, mas daqui para frente as suas ondas altas e orgulhosas não podem passar!? Por acaso algum dia você deu ordem para o sol nascer e indicou o lugar onde deveria surgir? Quem ensinou as estrelas cadentes o caminho a seguir como se ela tivesse inteligência?”
- Tanto o texto de Jó como de Marcos, desvenda a nossa total limitação diante da vida, diante das lutas, das dores, do sofrimento, dos desafios cotidianos. E em tudo somos completamente dependentes de Deus. E é justamente nesses momentos de dores, de desespero, de grandes aflições que olhamos para nós e vemos toda nossa transitoriedade, toda nossa pequenez e impotência para solucionarmos os nossos próprios problemas. E para questionar a Deus. É nesse instante que podemos nos aproximar de Cristo sabendo que Ele se interessa por nós.
- Por essa razão:
•Aprenda a buscar socorro em Deus nos momentos de lutas.
•Aprenda no seu cotidiano que Deus em Cristo ama os seus filhos, e tem prazer em consolá-los e confortá-los em seus corações.
•Aprenda a ter um coração quebrantado diante de Deus, aprenda a rasgar a sua alma e clamar e suplicar ajuda-me Senhor nas minhas limitações, incompetência e falta de fé.
•Aprenda a esperar em Deus diante das lutas, pois é dEle que vem o socorro.