Alguns mitos ao longo da historia surgiram em torno da reforma, os quais precisam ser claramente respondidos. Primeiramente é necessário destacar que a igreja Romana não foi dividida na reforma protestante como gostam de esbravejar os romanos, mas seus fragmentos divisionistas vinham de muito tempo antes da reforma. Por outro lado, faz-se necessário destacar que apesar da reforma protestante ter o seu auge no século XVI a sua origem antecede a este período. Por isso é impossível falar sobre a reforma protestante e não nós referirmos aos períodos anteriores; como por exemplo, a Renascença a qual passo a descrever.
A Renascença foi um movimento cultural que surgiu no século XV e que serviu de grande preparação para a Reforma do século XVI. A Renascença surgiu no norte da Italia e contribuiu para houvesse uma libertação do domínio que a igreja Romana exercia na economia, na arte, na ciência, na política e na religião.
Anterior a Renascença a igreja mantinha o seu domínio econômico sobre a sociedade proibindo o empréstimo de dinheiro a juros e incentivando o voto da pobreza, dizendo que era virtuoso ser pobre, enquanto que os seus cofres se abarrotavam de dinheiro. Mas, durante a Renascença surge na Europa à burguesia, as companhias de navegação e os descobrimentos dos novos mundos, abrindo-se largos horizontes de exploração de riquezas. Acabando com a manipulação romana.
Nas artes a igreja Romana determinava que as pinturas e as esculturas fossem realizadas dentro de uma visão espiritualizada, conforme a definição que igreja tinha do sagrado. Entretanto, na Renascença surgem os grandes pintores e escultores, entre eles Leonardo Da Vinci, Michelangelo e outros, que se recusaram a permitir o domínio de Roma sobre as suas artes.
Na política temos a defesa que Maquiavel faz quanto à necessidade de que igreja e o estado exerçam atuações independentes, para Maquiavel o estado deveria ser leigo e a religião não deveria exercer domínio sobre a política.
Quanto à religião, as Escrituras não eram lidas pelos leigos, se alguém ousasse lê-las deveria também interpretá-las pela hermenêutica da igreja Romana, olhando sempre as suas verdades pelas lentes do papado. Mas grandes Pré-reformadores surgem nesse período, como por exemplo, JHON WYCLIFF, JHON HUSS, JERÔNIMO SAVONAROLA e outros que aceitaram a morte mais se recusaram se calar diante do domínio da Igreja Romana.
Além disso, na Renascença houve também uma volta aos estudos clássicos e assim algumas pessoas tiveram condições de ler o novo Testamento na língua original em que Ele foi escrito e ao fazerem isso perceberam quantas distorções haviam sido introduzidas no Cristianismo pela igreja Romana. Sem falar da revolucionária invenção da imprensa por Johannes Guttenberg em 1450. Portanto, podemos dizer que apesar da data inicial da reforma protestante ser sempre atribuída a fixação das 95 teses de Martinho Lutero contra as indulgencias na Catedral de Wittenberg ela é uma continuidade da luta que outros homens já haviam iniciado no passado, a qual encontrou nos homens do século XVI apoio e prosseguimento.
Os principais reformadores foram:
· Martinho Lutero (1483 – 1546), alemão, filho de camponeses, que tentou ser monge agustiniano, mas que após ter contato com as Escrituras, particularmente no texto de Romanos 1.17 e descobrir que somos justificados pela fé somente, resolveu se manifestar publicamente contra a doutrina da indulgência da igreja Romana.
· Hulrico Zwinglio (1484-1531) reformador Suíço que viveu na região de Zurique.
· João Calvino (1509 -1564) reformador Francês, considerado por todos como o celebro da reforma, recebeu formação humanista, escreveu enumeras obras literárias e comentou praticamente todas as Escrituras.
· John Knox (1513-1572) É chamado pai do presbiterianismo. Educado na Universidade de Glasgow, implantou a Reforma na Escócia.
Os princípios Básicos da Reforma Foram:
· Sola Scriptura – Só as Escrituras – Os reformadores reafirmaram a supremacia das Escrituras sobre a tradição. A Bíblia é a única regra de fé e prática. A autoridade da Igreja precisa estar debaixo das Escrituras. Nenhum dogma ou experiência pode ser aceito se não tiver base na palavra de Deus.
· Sola Fide – Só a Fé – A salvação não é mérito humano, conquistada pelas obras, mas é obra de Deus recebida de graça, mediante a fé em Cristo.
· Sola Graça – Só a Graça – Os reformadores reafirmaram a doutrina apostólica de que somos salvos pela graça. Deus decide lançar sobre Cristo o castigo que nós merecemos e nos dar a salvação que não merecíamos.
· Solo Christu – Só Cristo – Os reformadores reafirmaram a doutrina Bíblica de que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, nem Maria, nem os anjos, nem os santos nem os papas podem ser os nossos mediadores.
· Sola Glória – Só a Gloria – A Deus devemos sempre dar toda a gloria.
· O Sacerdócio Universal – Os homens não precisam de intermediário para chegar a Deus, o véu do templo foi rasgado e agora todos têm acesso à presença de Deus.
Quero concluir dizendo que deveríamos nos unir com esses homens do passado e lutarmos juntos pelo evangelho, pela pureza da igreja, pela volta às escrituras e a volta aos pontos norteadores da fé; 31 de outubro é mais do que uma data histórica que nos remete a lembranças saudosas, mas é principalmente um convite para assumirmos posição nesta luta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário