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- Quando o povo de Israel foi levado cativo para Babilônia pelo rei Nabucodonosor, a princípio houve choro, quebrantamento e desejo de permanecer em Jerusalém. Mas, setenta (70) anos de cativeiro babilônico foram suficientes para apagar do coração do povo o desejo de reconstruir Jerusalém. O povo não mais queria voltar e reconstruir a cidade, e o motivo é simples, as pessoas casaram, tiveram filhos, netos, abriram negócios, conquistaram estabilidade financeira, construiram a vida e os sonhos na Babilônia. E o que antigamente era uma terra estranha, agora já não é uma terra tão estranha assim; e o coração das pessoas já lhe pertencia. Retornar para Jerusalém era abandonar as suas "conquistas", era abrir mão dos planos e projetos.
- Mas será que conosco é diferente? Não estamos apegados a esta terra e as coisas desta vida? A verdade é que somos bastante semelhante a estes Judeus, estamos tão envolvidos com este mundo e com os negocios desta vida, que nao desejamos o céu; não sonhamos com a nova Jerusalém. Estamos tão ligados aos valores dessa terra que perdemos a dimensão da grandeza do céu, e de como são felizes aqueles que habitam com Cristo. Os prazes e os cuidados deste mundo tem roubado dos nossos coraçãoes a expectativa de que Deus tem uma realidade melhor para aqueles que são seus. Deus tem um local de habitação perfeito para os seus filhos.
- No texto aos Filipenses o apóstolo Paulo diz: “Pois a nossa Pátria está nos céus...” (3.20). Ele está dizendo que é do céu que aguardamos o nosso salvador. Além da frase da evidênciar a divindade de Cristo, ela também chama a atenção de todos os cristãos para que aguardem com ansiedade intensa, e profunda expectativa à volta de Cristo. Mas ao mesmo tempo a frase trás o conceito de alguém que aguarda com paciência a volta do redentor. É como se Paulo estivesse dizendo: Meus irmãos aguardem com esperança e sem desanimar a volta do nosso salvador, pois quando Ele voltar se manifestará o que haveremos de ser. E será completa a nossa transformação, seremos de uma vez por todas moldados à imagem do nosso Cristo.
- Paulo utiliza o substantivo “pátria” para descrever, sobretudo a conduta dos crentes de Filipenses no mundo. Se a pátria deles estava nos céus, a conduta deles também deveria ser compatível com essa cidadania celestial; deveriam viver na terra com o comportamento celestial. Paulo está fazendo um contraste entre a pátria terrena e a pátria celestial. Se por um lado os prazeres terrenos são perecíveis, passageiras e carnais. Por outro lado, os prazeres celestiais são incorruptíveis, perfeitos, completos, plenos. É por isso que os crentes em Cristo deveriam desejar o céu e as coisas celestiais.
- Assim como Filipos era uma colônia de Roma em território estrangeiro, também a Igreja é uma “colônia do céu” na terra. Somos peregrinos neste mundo. Não somos daqui. Nascemos de cima, de Deus. O céu é nossa origem e também o nosso destino.
- Á exemplo de nossos irmãos do passado, que por causa da expectativa de habitar em uma cidade superior abriram mão dos prazeres deste mundo terreno, devemos também colocar o nosso coração não nas coisas deste mundo perecível, mas colocar a nossa esperança em um mundo restaurado e perfeito, assim como perfeito é aquele que o governará.
- O céu é um lugar é também um estado. É o lugar da morada doAltíssimo e será o lugar da morada de sua Igreja resgatada. E é um estado de bem-aventurança eterna, onde jamais entrará a dor, a lágrima, o luto e a morte.
- Portanto, a segunda vinda de Jesus é a nossa esperança (3.20). O apóstolo ainda afirma: “de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Aquele que vem é o Salvador, o Cristo que se encarnou, o Verbo vivo de Deus, que tabernaculou entre os homens, que foi humilhado, crucificado, morto e sepultado. Ele é também é Senhor, o Deus que domina sobre tudo e sobre todos. O Deus que reina soberanamente, que ressuscitou dentro os mortos, e foi exaltado recebendo um nome que esta acima de todos os nomes. Nele nossa salvação foi realizada e consumada. Ele venceu a morte, foi assunto ao céu e voltará.
- Em Cristo a nossa fé não é vã. Aquele que vem está no trono e tem o livro da história em suas mãos. Foi Ele quem tomou o livro e abriu os seus selos, pois foi morto e com o seu sangue comprou para Deus, homens que procedem de todos os povos, tribos e nações. Ele governa e reina poderosamente sobre a vida da Igreja e sobre todo o universo. Por isso deveríamos viver o presente com o nosso coração no futuro.
A glorificação é a nossa certeza inequívoca. O apóstolo Paulo destaca alguns pontos importantes:- O nosso corpo será glorificado na segunda vinda de Cristo (3.21). Quando a trombeta de Deus ressoar, e Cristo vier em sua gloria, acompanhado dos anjos e dos santos glorificados; os mortos em Cristo ressuscitarão com corpos imortais, incorruptíveis, gloriosos. E aqueles que estiverem vivos nessa ocasião, serão transformados e arrebatados para encontrarem o Senhor nos ares e assim estarão para sempre com o Senhor.
- O nosso corpo será semelhante ao corpo da glória de Cristo. Nosso corpo de humilhação, sujeito à fraqueza, à enfermidade e ao pecado será revestido da imortalidade e será um corpo tão glorioso, como o corpo da glória de Cristo. Seremos “conforme à imagem do seu Filho”. “Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-lo como Ele é”.
- Logo, segundo o apostolo Paulo, a glorificação do nosso corpo dar-se-á pelo poder infinito de Deus. Paulo afirma: “... segundo a eficácia do poder que ele tem de subordinar a si todas as coisas”.
- O termo “subordinar” significa “organizar em ordem de dependência, do inferior ao superior”. O que Paulo está dizendo é que seremos perfeitos, haverá libertação de todos os males, não haverá pecado, dor, decepção, dúvida, medo, tentação, fraqueza, ódio, raiva, brigar, arrependimento, confissão. O prazer será perfeito, perfeito também será conhecimento que teremos de Deus, ainda que não seja absoluto. O conforto será perfeito, será completo o amor, a paz e a alegria.
- Como podemos ter certeza de que Ele fará isso? No final do versículo 21 Paulo nos dá essa garantia. Dizendo que Ele vai fazer tudo isso mediante o exercício do seu poder, com o qual Ele ainda sujeitará todas as coisas para si.
- Ele tem poder para ordenar o universo. Ele tem poder para alinhar e gerir todas as coisas. É fato que o nosso Senhor foi poderoso para criar o mundo, é poderoso também para controlar o mundo providencialmente. Ele tem poder de dar a vida, Ele tem poder de tomar a vida, Ele tem poder de salvar, ele tem poder de manter em condenação, Ele certamente tem o poder de levantar dos mortos e de nos dar corpos glorificados.
- Portanto, o que Paulo está dizendo é que no céu deveria estar o nosso foco. No céu é que precisa estar os nossos olhos. No céu é que deveria estar os nossos anseios. Viva neste mundo como cidadãos que anseiem pelo céu. Onde esta o seu coração? Nas coisas deste mundo ou no desejo pelo céu. Nas horas de tribulações e dificuldades, encontre na esperança dos céus força, animo e alegria para superar as crises. Viva como cidadão dos céus e tenha nas coisas santas alegria e prazer.
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