domingo, 20 de setembro de 2009

Cristo, a Resposta de Deus para um cristianismo superficial

Quando olhamos as Escrituras é impossível não notarmos a capacidade que o livro do apocalipse tem de revelar a glória de Deus e o esplendor do Seu Cristo. Conhecer apocalipse e conhecer o Deus que esta no trono, reinando, governando, de forma gloriosa e magnífica. Cristo é descrito no livro de apocalipse como o Deus que tem nas mãos o controle da história, o domínio sobre a vida e o destino dos homens e do universo criado por Ele.

Contudo, é necessário dizer também que nenhum livro da Bíblia tem sido tão mal compreendido e mal interpretado e negligenciado como o livro de apocalipse.

O livro foi Escrito pelo apostolo João, quando este estava exilado na ilha de Patmos, é conhecido pelas suas figuras de linguagens, vista por muitos como ameaçadoras e assustadoras e por isso este é um livro temido e as vezes evitado pela maioria dos cristãos que desconhecer as verdades consoladoras que ele nos trás.

A verdade é que se criou a idéia de que o Apocalipse é um livro selado, que trata de coisas encobertas, veladas, secretas, difíceis de serem entendidas. E que tudo que ele fala é catástrofe, tragédia e caos. Na atualidade, a palavra apocalipse ficou estigmatizada com este significado.

Mas é absolutamente o contrário, Apocalipse significa revelar o que estava escondido. É trazer à luz o que está oculto. O livro do Apocalipse é um livro aberto e não selado. Ele não fala de caos, nem de catástrofe, mas do plano, do propósito, da vitória gloriosa de Cristo e da sua igreja.

João estava na ilha de Patmos quando escreveu o livro de Apocalipse. Ele estava sendo perseguido e agora exilado por proclamar o Cristo que é Senhor. A igreja Cristã também estava sob forte perseguição naquele tempo. Nesta época os Cristãos eram perseguidos por não oferecerem incensso a César e por se recusarem a dar-lhe o titulo de senhor. Quando eles diziam que Jesus é o Senhor, não davam este titulo a César eles eram executados, com os mais terríveis requintes de crueldades.

Para ser mais exato, essa perseguição teve seu inicio no dia 18 de Julho de 64, quando o Imperador Nero ateou fogo em Roma e acusou os cristãos. Após esse momento, sangrenta tentativa de acabar com os seguidores de Cristo eclodiu em toda Ásia e milhares de cristãos foram amarrados em postes e incendiados vivos para iluminar as praças e os jardins de Roma. Outros eram enrolados em peles de animais e lançados nas Arenas para que cães famintos os matassem a dentadas. E alguns ainda foram lançados no picadeiro para que touros enfurecidos os matassem pisoteados.

É neste contexto de perseguição que João escreve apocalipse, uma especie de carta circular eniada as igrejas existen­tes em sete cidades da Ásia Menor, e deveria ser lido em voz alta nas reuniões exortando as igrejas da Ásia menor para que se mantivesse fieis ao Cristo que reina e governa sobre toda terra e céus, ainda que as situações pareçam catastróficas e fora de controle, elas não fogem ao domínio e senhorio absoluto do nosso Cristo.

Portanto, se por um lado a carta era uma mensagem que continha estímulos aos cristãos que estavam sob grande pressão, assegurando-lhes que os inimigos seriam destruídos e que no final, o Cristo, o Deus vencedor triunfaria. Por outro lado, a mensagem de Apocalipse desafia os cristãos a combater as sutis forças do mal, a vencer o pecado e a Satanás, se submetendo a Cristo e ao seu Senhorio.

Então quando lemos apocalipse percebemos que os seus primeiros capítulos são compostos por diversas cartas, dirigidas a essas sete igrejas reais e históricas nessas cidades que faziam partes da Ásia Menor.

Mas essas cartas transcendem o seu tempo e espaço e tornam-se modelos de cartas aos vários tipos de igrejas que existem em todas as épocas da história da igreja cristã. Elas de fato ilustram para nós o caráter de muitas igrejas em nossos dias, descrevendo também o modelo de igreja que Cristo deseja que sejamos.

A carta que lemos foi escrita à igreja de Laodicéia, uma carta diferente de todas as outras cartas, pois curiosamente essa igreja não recebe de Cristo elogios, nenhum se quer, era uma igreja orgulhosa e caracterizada pela indiferença. O conteúdo da carta dessa igreja é marcado então por pesadas palavras de condenação.

A cidade de Laodicéia foi fundada em 250 a.C. e era importante pela sua localização. Ficava no meio das grandes rotas comerciais. Era uma cidade rica e opulenta. Certamente era uma das mais ricas de todo mundo da época. Laodicéia era considerada o Centro bancário e financeiro de toda aquela região. Era um lugar de muitos milionários. Em 61 d.C., foi devastada por um terremoto e reconstruída sem aceitar ajuda do imperador. Os habitantes eram arrogantes de sua riqueza.

Mas, além disso Laodicéia era considerada também Centro de indústrias de tecidos em Laodicéia produzia-se uma lã de cor preta, famosa no mundo inteiro. A cidade estava orgulhosa da roupa que produzia.

Nela também um Centro médico de importância – Ali havia uma escola de medicina famosíssima. Fabricavam-se ali dois medicamentos quase milagrosos para os ouvidos e os olhos. O colírio era um dos medicamentos mais importante produzido na cidade.

E por ultimo a cidade era conhecida por ficar localizada em uma região composta por águas térmicas – A região era formada por três cidades: Colossos, Hierápolis e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em Hierápolis havia fonte de água quente, que em seu curso sobre o planalto da região tornava-se morna, e é nesta condição que essa água fluía dos rochedos fronteiros a Laodicéia. Tanto as águas quentes de Hierápolis, como as águas frias de Colossos eram terapêuticas, mas as águas mornas de Laodicéia eram, segundo algusn historiadores, intragáveis, impossíveis de serem tomadas.

Portanto, parece-nos que a igreja tinha a cara da cidade. Em vez de transformar a cidade, ela tinha se conformado à cidade. Laodicéia era a cidade da transigência e a igreja tornou-se também uma igreja transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter, sempre prontos a comprometerem-se com o mundo, descuidados. Eles pensavam que eram pessoas boas e por isso estavam satisfeitos com sua vida espiritual.

E por ser uma realidade não muito distante da nossa, creio que esta carta nos ensina algumas verdades sobre a nossa própria espiritualidade, muitas vezes debilitante, anêmica, falida e distante do alvo de Deus para nós.

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