domingo, 20 de setembro de 2009

Cristo nos conhece além das aparências

E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.

Este texto nos mostra que é impossível viver um cristianismo de aparências e não ser conhecido por Cristo. É impossível viver um cristianismo superficial e não ser visto pelo Senhor.

Pois Cristo nos conhece além das aparências, além da capa, além da mascara, além do estereótipo, Cristo sonda e conhece em profundidade o nosso interior, por isso ele pode trazer solução e resposta para aqueles que vivem uma espiritualidade vazia, para aqueles vivem em sequidão de alma, para aqueles que se encontram desnutrido na fé, anêmicos, frágeis, desanimados.

Cristo é a reposta de Deus para a mediocridade espiritual, Cristo é a solução de Deus para a espiritualidade superficial, exatamente porque Ele nos conhece além de nossas aparências.

Nós podemos até mesmo interpretar para os homens, podemos encenar para as pessoas, podemos criar uma imagem de religiosos, podemos usar palavras e linguagem de crentes, mas Cristo vê, além disso. E algumas verdades nesse texto podem ser observadas nesse sentido.

Observemos o versículo 14, está é uma carta endereçada ao anjo da igreja, ou seja, ao pastor, ao lider da igreja de laodiceia e logo em seguida nos temos o a descrição que o apostolo João faz do remetente dessa carta, o qual se apresenta usando nomes que qualificam a Sua pessoa. O Senhor identifica-se aqui, usando três títulos. Ele se auto-denomina como “o Amém”, “a testemunha fiel e verdadeira”, “o soberano da criação de Deus”.

Quando Cristo se auto-define como o Amém, Ele esta usando um titulo exclusivo para Deus, usado apenas no livro de Isaias, quando Deus se auto descreve como "O Deus do amém", a expressão amém em hebraico, significa verdade, afirmação ou certeza. Deus se auto-denomina aqui como o Deus da verdade, o Deus da certeza. Em outras palavras tudo o que Deus diz é verdadeiro, tudo o que Deus diz é certo, portanto, Ele é o Deus do amém.

Cristo em várias vezes no Novo Testamento usa a palavra amém para afirmar uma realidade que é certa, que é confiável, que é imutável ou para confirmar a fidelidade das palavras que Ele estava dizendo. Quando Ele usa a expressão em verdade, em verdade, ou verdadeiramente, verdadeiramente vos digo; A palavra escrita ali a qual traduzimos por verdade é amém e amém. Usada nas Escrituras para afirmar a veracidade de uma declaração que estava para ser dita ou confirmar a certeza do que foi dito.

Portanto, neste texto entendemos que Cristo é o Amém, exatamente porque Ele é Deus. Ele é o Deus que se fez carne e habitou entre nós. E quando Ele escolhe u esta expressão, Ele a usa para demonstrar que Ele é o Deus de toda verdade, Ele é verdadeiro em seu julgamento, Ele é certo em suas avaliações sobre nós, Ele é verdadeiro no conhecimento das realidades que envolvem a vida dos homens. Ele é o amém exatamente porque todas as suas promessas e ameaças são verdadeiras e certas que elas se cumprirão.

Em seguida Cristo se identifica como a testemunha fiel e verdadeira. Um termo que segue a mesma linha de pensamento da palavra amém. Ele é a testemunha fiel e verdadeira. Ele é totalmente confiável. Seu testemunho jamais deixara de ser confiável.

Esta é uma excelente maneira de iniciar a carta, pois quando Cristo diz isso sobre si mesmo, Ele esta afirmando à igreja de Laodicéia que Ele sabe exatamente o que está falando. Que a sua avaliação da Igreja é absolutamente precisa, por outro lado Ele é uma testemunha fiel da maneira como aquela igreja vivia.

A outra descrição que Cristo faz sobre si mesmo é que Ele é o Deus criador. No português não ficou boa essa tradução, mas quando Ele diz que é o princípio da criação de Deus, Ele não esta dizendo que Ele foi a primeira coisa que Deus criou, exatamente porque Ele não é criado. Pelo contrario, Ele é o príncipe da criação, Ele é o Autor da criação, Ele é o soberano, Ele é o Senhor criador de todas as coisas. Portanto, a melhor tradução seria o “soberano da criação de Deus”.

Alguns estudiosos acreditam que devido à aproximação dessa igreja com a igreja de Colossenses é provável que a heresia que foi disseminada dentro da igreja dos colossenses tenha chegado até a igreja Laodicéia. Tendo em vista que elas eram próximas.

Por essa razão Cristo se apresenta como o Criador incriado. Quando Paulo escreveu a carta para os irmãos de colossos, ele enfrenta o problema da negação da divindade de Cristo. Por isso Paulo diz: "Ele é a imagem do Deus invisível, o autor de toda a criação. Por Ele todas as coisas foram criadas, nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos ou domínios ou governantes ou autoridades, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele”. Agora no versículo 15 e 16 nos temos uma palavra de repreensão à igreja "Conheço as tuas obras que nem és frio nem quente. Gostaria que você fosse frio ou quente. Assim, porque és morno e nem frio nem quente, vou vomitar-te da minha boca." Conheço as tuas obras. Conheço-as intimamente, eu as conheço infalivelmente. Eu vejo o seu coração. Cristo usa figuras para ilustrar a sua comunicação com a igreja de Laodicéia, a primeira se refere às águas quentes que tinha em uma cidade chama Hierápolis, que ficava próximo Laodiceia e era famosa por suas nascentes de fontes de águas quentes. E essas águas térmicas eram consideradas águas de um auto-poder curativo, terapêutico. E a outra figura que Cristo usa é a referência às águas frias da cidade de Colossos, cerca de dez quilômetros de Laodiceia havia fontes de águas frias excelente para o consumo, que também eram fontes famosas e bastante conhecidas por serem águas cristalinas. Cristo usando esse exemplo para dizer aos laodicenses, vocês não estão nem quente e nem frios, vocês não são como águas quentes, terapêuticas de Hierápolis e nem não como a água cristalina, fria e refrescante de Colossos, vocês são como as águas mornas que chegam até vocês através do aqueduto subterrâneo que cortava a cidade. A água que abastecia a cidade era uma espécie de água morna, intragável segundo alguns historiadores.

Eles não estavam quentes e também não estavam frios, estavam mornos. Se por um lado eles não eram frios iguais aqueles que não conhecem o evangelho, por outro lado eles não são fervorosos, eles não estavam sendo zelosos espiritualmente, não havia no coração deles paixão, ardor para servir a Cristo. Pelo contrário, eram pessoas indiferentes, seduzidas pelo mundanismo, hipócritas, vivia um cristianismo de fingimento, dissimulado, tomado pelas debilidades de caráter, secularizado, estavam mergulhados na cultura e nos prazeres que esta vida pode oferecer.

Mas o Senhor se revela aqui como aquele que cujos olhos estão atentos, e por conhecer a vida dos homens e a sinceridade do coração dos homens, ele mesmo será o opositor, a testemunha contra daqueles que vivem na hipocrisia espiritual.

Por causa dessa superficialidade Cristo estava pronto a vomitá-los de sua boca. Uma expressão que não aparece em nenhum outro texto das Escrituras, mas que indica uma rejeição profunda de Cristo para o comportamento daquela igreja. Exatamente porque ela havia se esquecido da necessidade de viver uma vida piedosa e submissa a Cristo, uma igreja que se reunia em seus rituais semanais, mas que tinha o coração distante de Deus. Um povo que buscava Deus com os lábios, mas no seu coração não o temia, não referenciava. Não se submetia as suas ordens as suas leis, aos seus mandamentos.

Uma religiosidade, vazia, que não fazia diferença, que não confrontava a vida de pecado e nem trazia conforto aos corações deles. Sabe o que é o pior em tudo isso? As pessoas vivem assim e pensam que Deus não é capaz de conhecer o seu coração.

Aplicação: A igreja de Laodiceia havia perdido a perspectiva de Deus e por isso havia perdido o animo, a alegria, o entusiasmo em servir a Cristo.

Quando não sabemos a razão porque servimos a Cristo e não há em nosso coração fervor, temor, paixão pela pessoa de Cristo, nós precisamos clamar pela misericórdia dEle, precisamos clamar por sua graça, precisamos nos humilhar na sua presença, precisamos reconhecer o nosso pecado de negligencia e nos arrepender.

Talvez você esteja vivendo assim, diante do Senhor. Talvez o seu cristianismo seja uma mascara uma fachada, para as pessoas, muitas vezes apenas para as pessoas da igreja, porque as pessoas da família normalmente sabem a desgraça que tem em casa.

Cristo é aquele capaz de Criar, de fazer novo, de renovar a força, a alegria da salvação, Ele é capaz de salvar, se você ainda não tem certeza de sua salvação, Ele pode trazer refrigério a você, assim como refrescante eram as águas de colossos, ele pode trazer curas ao seu coração, assim como era considera curativa as águas de hierapolis.

Se você tem negligenciado uma vida de devoção e de comunhão com Cristo, se arrependa e volte.

Nenhum comentário: