domingo, 17 de maio de 2009

As Escrituras São Fontes de Conhecimento Verdadeiro

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“Sempre que o Senhor se nos acerca com sua Palavra, ele está tratando conosco da forma mais séria, com o fim de mover todos os nossos sentidos mais profundos. Portanto, não há parte de nossa alma que não receba sua influência”- Calvino, João. Exposição de Hebreus. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 1997. Hb.4.12, p. 108.

As Escrituras são Fontes de Conhecimento Verdadeiro Para o Aconselhamento.

1. A Falácia da Psicologia

A psicologia ao elaborar suas teorias tem negado explicitamente a veracidade da Bíblia, desacreditando-a como Palavra de Deus, e consequentimente rejeitado a sua autoridade para avaliar e trazer cura ao coração do homem. Infelizmente, os principios da psicologia na atualidade, tem sido apresentado como se tivessem o mesmo nível de autoridade que as Escrituras ou muitas vezes como superiores, sendo a única autoridade capaz de determinar o bem estar do homem. A prova disso é o surgimento de um grande número de psicologos evangelicos, que declaram oferecer aconselhamento bíblico, mas, simplesmente oferecem psicologia secular disfarçada com terminologia espiritual. Eles usam a Bíblia para justificar suas práticas psicológicas e forçam os limites de suas definições com um pseudo pano de fundo Bíblico, alguns até argumentam que as psicologias se originam das Escrituras. A palavra de Deus de acordo com esses psicologos não passa de um manual simples e primitivo que mostra o desenvolvimento e a mudança do carater cristão, mas que é incapaz de substituir a psicologia e a psicoterapia, no exaustivo trabalho de refinar o caráter, saciar o coração e promover o bem-estar do homem. Eles dividem o homem em três seguimentos. O “fisico”, que é a parte material do homem e que os medicos devem cuidar. A”alma” como o aspecto psicologico e emocional do homem, e que deve ser cuidado por um especialista, neste caso um psicologo ou um psicoterapeuta. E o “espirito” como o aspecto espiritual pode então ser cuidado pelas Escrituras. A ignorância teologica dessas pessoas faz com que elas desconheçam que a Bíblia não faz essa distinção de alma e espirito. O homem é um ser espiritual, visto como um todo orgãnico e não como compartimentos seguimentados. Quando supostamente as Escrituras se referem a estes dois aspectos do homem “alma” e “espirito” elas estão usando palavras sinônimas para descreverem o intimo intangível do homem, o seu interior, que somente Deus vê. Estes psicologos cristãos se esquecem daquilo que disse o autor do livro de Provérbios: “Toda Palavra de Deus é pura; ele é um escudo para os que nEle confiam. Nada acrescentes às suas palavras, para que ele não te repreenda e tu sejas achado mentiroso”. Pv. 30.5, 6. Em detrimento a tudo isso, não é raro encontrar organizações cristãs sérias e até mesmo agências missionárias, determinando a potencialidade e aptidão de seus possivéis colaboradores e missionários através de pesquisas comportamentais desenvolvidas por pessoas incredulas e que não aceitam a autoridade das Escrituras. Para o conselheiro Biblico, a Escritura é autoridade determinante em antropologia e também o instrumento prático de onde ele extrai o fundamento final para o seu trabalho de aconselhamento. Ela é a única fonte confiável para diagnósticar e interpretar apropriadamente os problemas do coração e consequentemente proporcionar o melhor e o mais eficaz dos remedios a ser usado pelo conselheiro. A superioridade e abrangência da Palavra de Deus é inequívoca ao ser colocada em pé de igualdade com os conselhos humanos. Neste sentido o salmista declara: “O SENHOR desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos. O conselho do SENHOR permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.” (S1. 33.10,11)

2. A Superioridade do Aconselhamento Bíblico. A diferença entre o aconselhamento bíblico e a psicologia cristã é uma questão de cosmovisão. A Biblia, e não a psicologia é capaz de estabelecer absolutos para entendermos a antropologia. Conselheiros precisam dos oculos das Escrituras para serem eficazes em seus aconselhamentos e glorificarem a Deus atraves de um trabalho sério e eficiente. O Conselheiro Biblico é aquele que esta comprometido com a convicção de que o proprio Deus falou nas Escrituras e que elas são infaliveis e soberana Palavra de Deus, e por serem fieis e verdadeiras são capazes de moldar a nossa crença e determinarem o nosso comportamento. Estamos certos que os conselheiros obedientes à Palavra de Deus, poderão compreender os problemas, as necessidades e as soluções de qualquer questão que envolva o homem, simplesmente aplicando a cada questão aquilo que chamamos de essência da mente de Deus. Ou seja, as Escrituras. Todos os erros cometidos pelos homens, tem como causa primaria a ignorância e desobediência Bíblica. Foi exatamente isso que nos ensinou o Senhor Jesus em Marcos 12.24, quando ele disse aos fariseus que eram mestres da lei:“Respondeu- lhes Jesus: Porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus?”

Entendemos que as Escrituras são a única base capaz de proporcionar ao aconselhamento fundamentos sólidos e corretos. Ela ajuda a estabelecer princípios e diretrizes que conduzem os homens em direção a uma maturidade espiritual, moral, ética e emocional. Acreditamos que o aconselhamento deve começar a partir da revelação, onde Deus é o centro. E jamais com o homem, numa tentativa de conhecimento independente de Deus. Em outras palavras, o aconselhamento deve ser teocêntrico e não antropocêntrico. A direção para o homem deve vir de Deus, de cima e não do homem, de baixo. Sabemos que não é possível ao homem ignorar as verdades das Escrituras e mesmo assim adquirir conhecimento verdadeiro. Nosso pressuposto é de que a Bíblia é tanto autoritativa, como suficiente para o aconselhamento, pois é a única fonte capaz de proporcionar ao homem conhecimento verdadeiro sobre Deus, sobre si mesmo, sobre seu próximo e sobre toda realidade criada. Neste sentido concordamos com a frase que diz que toda verdade é verdade de Deus. Logo, Deus é o fundamento para toda verdade.

3 – As Escrituras são Fontes de Conhecimento Verdadeiro Sobre Deus. Se Deus em sua magnitude, soberania, gloria e poder decidisse não se revelar aos homens, não teríamos conhecimento sobre a Sua pessoa e nem a possibilidade de relacionamento com Ele. Neste sentido o Dr. Bruce Bickel afirma: Nosso conhecimento de Deus abrange aquilo que lhe aprove revelar-nos a respeito de sua pessoa. Todos os esforços humanos destinados a conhecê-lo levam a falsas religiões ou misticismos”. Portanto, a fé cristã é fundamentada na verdade de Deus conforme revelada em Cristo. “Ninguém Jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”. Para qualquer lugar que voltemos os nossos olhos ficamos atônitos com a extraordinária riqueza de sua glória manifestada na criação de forma tão clara que jamais poderá ser ignorada pelos homens. Sobre isso o Salmista diz: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”; e o apostolo Paulo reforça ainda mais essa idéia na carta aos Romanos, dizendo: Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. O pecado tornou o homem incapaz de entender a glória de Deus manifesta na criação. A com distorções por causa do pecado, natureza ainda manifesta a gloria de Deus. Contudo, os que não forem redimidos por Cristo e com a mente iluminada pelo Espírito Santo, não poderão conhecer a Deus relacionalmente através da revelação natural, pois lhe falta à capacidade de discerni-la espiritualmente. Mas nem sempre foi assim, quando vivia no estado de santidade no qual foi criado o homem conseguia perfeitamente ler e compreender sobre a gloria de Deus através do livro da natureza. Contudo, mesmo antes da queda Deus já havia dado aos homens a Sua revelação oral. E é através dela que o conhecimento da vontade de Deus é exposto com maior clareza. Pois o homem só conhecerá verdadeiramente a realidade se ele partir do pressuposto da existência de Deus como causa primária de todas as outras coisas criadas no universo. Todo conhecimento pressupõe conhecimento de Deus e de seus planos para sua criação. Neste sentido, entende-se que mesmo antes da queda o conhecimento do homem nunca foi exaustivo, pois, apensar de verdadeiro ele sempre foi derivativo. Falando sobre isso, o Dr. Heber Carlos de Campos diz: A razão de Adão era derivativa. Seu conhecimento sobre a natureza das coisas era verdadeiro, embora não exaustivo. Sua razão estava em amizade com Deus, ao invés de em rebeldia contra Deus. A razão de Adão reconhecia o fato de que ela deveria ser uma intérprete da revelação de Deus. (...) Adão podia falar verdadeiramente a respeito do significado do universo em geral e a respeito de sua própria vida, e de sua vida com Eva. Adão queria conhecer os fatos do universo a fim de cumprir sua tarefa como um guardador do pacto.

E Paulo Anglada traduz nestas palavras este pensamento Moralmente, o homem foi criado santo: intelectualmente santo, volitivamente santo emocionalmente santo, isto é, com conhecimento nato da verdade, com predisposição para fazer o bem e com emoções em perfeita harmonia e submissas ao verdadeiro conhecimento que dispunha de Deus e da sua vontade. É evidente que o desejo do homem de se tornar como Deus, o levou a não perseverar no estado de santidade em que foi criado. E a depravação do seu ser atingiu profundamente todos os aspectos da sua natureza: ontológico, moral e funcional, E fez com que ele perdesse a sua capacidade de observar o mundo a sua volta com a mesma habilidade a qual fazia antes da queda quando ainda habitava no paraíso. Ou seja, o homem não possui mais o verdadeiro conhecimento sobre Deus, sobre si mesmo e sobre o próximo. Neste sentido o Dr. Heber Carlos de Campos diz: Com a entrada do pecado no mundo algo na mente humana foi seriamente afetado. Quando o seu coração se torna “desesperadamente corrupto” algo na sua razão também muda. Querendo ser como Deus, ele acabou perdendo algumas importantes capacidades. E Suas noções sobre Deus não correspondem exatamente com a verdade por causa dos efeitos noéticos do pecado. Os efeitos noéticos causados em conseqüência do pecado fizeram com que o conhecimento do homem se tornasse uma mistura de verdade e erro, limitando-o a não conhecer a Deus, a si mesmo e a criação de Deus como deveria conhecer. No entanto, não podemos negar que apesar do seu estado de pecado e depravação, vivendo “sem Deus e sem esperança neste mundo”, o homem natural ainda conhece Deus, e em algum grau reconhece Deus. Em virtude de serem criados à imagem de Deus, de terem o conhecimento inescapável da divindade dentro de si próprio os que odeiam Deus, num sentido restrito ainda conhecem Deus, e podem fazer o bem, com o auxílio da graça comum neles”. A profundidade e a amplitude deste conhecimento só ocorre através de uma relação mais intima com as Escrituras. Pois toda realidade só pode ser conhecida verdadeiramente em Deus, e as Escrituras são as fontes que nos revelam a pessoa de Deus. O cristianismo tem por fundamento a revelação oral de Deus, à medida que procuramos conhecer a Deus melhor precisamos fazer mediante a luz das Escrituras.

Cf.: Bobgan, Martin. Aconselhamento: Integrando a Psicoterapia e a Bíblia. Porto Alegre - RS: Actual Edições, 2005. p. 64.

MacArthur, Jr., Jonh F. Nossa Suficiência em Cristo. São Paulo – SP: Fiel, 2001. p. 47-48.

Cf.: MacArthur, John (ed.). Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo. São Paulo – SP: Hagnos, 2005. p. 312

Cf.: Martin Bobgan, Aconselhamento: Integrando a Psicoterapia e a Bíblia. Porto Alegre - RS: Actual Edições, 2005. p. 64.

bíblia. Português. Bíblia e Hinário Novo Cântico (Revista e Atualizada). Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo – SP: Casa Editora Presbiteriana & Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Pv. 30: 5 - 6, p. 591 [V.T.].

Cf.: John MacArthur (ed.), Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo, p. 308.

Cf.: John MacArthur (ed.), Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo, p. 312.

Campos, Heber Carlos. Apostila de Prolegômena. Apostila elaborada para texto de aula da disciplina Teologia Sistemática I, ministrada no Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição. 1998, p. 8 [Trabalho não Publicado].

Heber Carlos de Campos, Apostila de Prolegômena, p. 8; 36 [Trabalho não Publicado].

Horton , Michael et al. Sola Scriptura. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2000. P. 9.

bíblia. Português. Bíblia e Hinário Novo Cântico (Revista e Atualizada). Jo. 1:18, p. 100 [N.T.].

Ibid., Sl. 19.1, p. 502 [N. T.].

bíblia. Português. Bíblia e Hinário Novo Cântico (Revista e Atualizada). Rm. 1: 19 - 20, p. 162 [N.T.].

Heber Carlos de Campos, Apostila de Prolegômena, p. 7 [Trabalho não Publicado].

“A dificuldade com respeito ao conhecimento do homem natural pode ser aliviada se nos lembrarmos de que há dois modos pelos quais podemos dizer que o homem conhece a Deus. O homem natural tem um conhecimento de Deus que vem através das obras da criação e através da consciência, conforme o ensino de Romanos 1 e 2. Esse conhecimento de Deus é inescapável ao homem. Não há como fugir dele. As marcas da presença e da existência da divindade estão indelevelmente marcadas na consciência humana. O homem conhece a Deus, a si mesmo e o mundo como criação de Deus. Esta é a revelação objetiva de Deus a ele. A teologia entende que o problema, está relacionado com a resposta que o homem dá a essa revelação com um ser ético-moral que é. A Escritura diz que o homem natural tem conhecimento de Deus, mas o quê o homem faz com esse conhecimento de Deus? Ele tenta suprimir qualquer conhecimento que tenha de Deus por causa da depravação de sua natureza. E obviamente inverter as verdades deste conhecimento.” (Ibid., p. ).

Heber Carlos de Campos, Apostila de Prolegômena, p. 7 [Trabalho não Publicado].

Heber Carlos de Campos, Apostila de Prolegômena, p. 6 [Trabalho não Publicado].

Anglada, Paulo. Sola Scriptura. São Paulo - SP: Os Puritanos, 1998. p.

Heber Carlos de Campos, Apostila de Prolegômena, p. 7 [Trabalho não Publicado].

Ibid., p.37.

Ibid., p. 8.

bíblia. Português. Bíblia e Hinário Novo Cântico (Revista e Atualizada). Sl. 104: 27 – 30, p. 100 [V.T.].

Agostinho, Apud Revista Dokimos: Aconselhamento Bíblico. São Paulo - SP: Impressão da Fé, 2005. p. 9

Calvino, João. As Institutas. Tradução de Odayr Olivetti. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2002. Livro I, p.54.

Salmo 119.99,100,105,130.

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