domingo, 17 de maio de 2009

A Suficiência das Escrituras Para o Aconselhamento Bíblico

http://aconselhamentocristao.files.wordpress.com/2009/02/bible-12.jpg

Em dias de grandes avanços científicos e inegável rapidez tecnológica, floresce em nosso coração uma profunda insatisfação com o que temos, e vivemos em profunda busca pelo novo, pelo diferente, pelo atual, pelo moderno; tudo acaba sendo muito passageiro, perdendo rapidamente sua eficácia e sentido de ser.

Infelizmente, transportamos para a fé essa insaciável busca pela novidade. Ainda que não declare abertamente, muitos cristãos contemporâneos vêem a Bíblia como um livro ultrapassado e insuficiente para lidar com as Crises geradas pela pós-modernidade. Eles dizem que só a exposição Bíblica não é suficiente, além da exposição das Boas Novas do Evangelho deve haver alguma coisa a mais para complementar a verdade bíblica. Em João 17.17, Jesus nos ensina que todo processo progressivo da santificação cristã esta na palavra de Deus.

Muitos cristãos têm seguindo a própria sociedade, estes são em sua maioria utilitaristas, pragmáticos, idolatras de um sistema que os escraviza, eles valorizam mais o conforto físico do que o bem estar espiritual, mais as emoções que lhes são agradáveis, do que o viver santo.

Em muitas igrejas, o espetáculo, o entretenimento e a onda do momento têm pervertido a mensagem do Evangelho enlameando-a pelo mundanismo e pela auto-indulgência. A herança da Suficiência das Escrituras esta sendo tristemente trocada por um prato raso de lentilhas.

1.1 - A Declaração que a Escritura faz de sua Suficiência no Evangelho de Lucas

Tais cristãos, na verdade estão se comportando, exatamente, como se comportou o homem rico da parábola que Jesus contou sobre Lázaro, ou seja, só a palavra não é suficiente. [1] Veja o que diz alguns versículos do referido texto.

Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. 20 Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; 21 e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. 22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. 23 No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. (...) Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, 28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. 29 Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. 30 Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. 31 Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos. [2]

Na perspectiva do homem rico deveria haver alguma manifestação sobrenatural para que os seus parentes acreditassem na pregação da Palavra. Logo, ele estava a firmando que uma clara instrução da Bíblia e o poder Cristo manifesto atraves da boa nova do Evangelho, por si só, não são suficientes. [3]

Se por um lado a resposta de Abraão ao homem rico deixa claro que milagres não são necessários para que a boa nova do Evangelho faça seu trabalho de transformar vidas; por outro lado, ela mostra a superioridade e suficiencia da Palavra de Deus, para redimir e santificar todos os que crêem nela, a qual atraves da ação do Espirito Santo, produz vida no coração dos homens. [4] Hb. 4.12

1.2 - A Declaração que a Escritura faz de sua Suficiência na Carta de Tiago

Nesta mesma perspectiva o apostolo Tiago 1.25, também dá testemunho da suficiência das Escrituras ele diz: “Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer”. [5]

A expressão usada pelo apostolo “a lei perfeita, a lei da liberdade” é sinônimo de lei completa, plena, suficiente. Ou seja, a palavra de Deus é perfeita, completa, suficiente.

1.3 - Declaração que a Escritura faz de sua Suficiência na Primeira Carta de Pedro

Sobre o mesmo assunto o apostolo Pedro Escreveu “...desejai como meninos recém-nascidos, o puro leite espiritual, a fim de por ele crescerdes para a salvação. (Cf.: 1 Pe 2.2). [6]

O Crescimento e a maturidade cristã, a qual, faz parte do processo de salvação e santificação dos cristãos, esta profundamente ligado ao desejo do fiel de beber do “puro leite espiritual” a Palavra de Deus.

O apostolo Pedro, esta utilizando da figura do recém nascido para dizer que da mesma forma que um bebê deseja intensamente o leite materno, muitas vezes até com choro, assim também, o cristão deve ardentemente ansiar pelo alimento da Palavra de Deus, o qual nos da crescimento e maturidade, ela provê todos os recursos que necessitamos para este fim, (Cf.: 2 Pe 1.3). [7]

1.4 – A Declaração que a Escritura faz de sua Suficiência no Livro de Atos

Nesta mesma direção caminha o apostolo Paulo, no momento de sua despedida dos anciãos de Efeso, ele escreve: Jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, (...) porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus. (...) Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados. [8] At 20.20,27,32.

Paulo entendia que a revelação de Deus atraves de Sua Palavra era suficente para o crescimento Espiritual de todos os cristãos. Para ele as Escrituras eram capazes de fornecer subsídios para que esses presbíteros, podessem lidar com os seus problemas e com as crises da vida de suas ovelhas. [9] Essa é uma das razões de sua determinação.

1.5 – A Declaração que a Escritura faz de sua Suficiência no Salmo 19

O Salmo é um cântico escrito por Davi e declara a beleza, a durabilidade e acima de tudo a utilidade da Palavra para ajudar as pessoas a se tornarem o tipo de pessoa que agrada a Deus, e assim, capacitada para desfrutar da alegria de Sua comunhão com abundância. [10]

O salmo nos apresenta uma dupla linguagem, a primeira parte fala sobre a declaração que os céus fazem sobre o criador. A segunda parte do Salmo focaliza a revelação especial Deus, que é a Sua Palavra escrita. Nosso objetivo nesta analise é abordar a aplicação deste salmo no aconselhamento.

1.5.1 – A lei do Senhor é Perfeita e Restaura a Alma

A expressão lei do Senhor é uma referência a Palavra de Deus que é completa, nada omitindo e apta para realizar tudo que se propõe. Na Palavra há tudo que o homem necessita para a conversão e o reavivamento da sua alma.

1.5.2 – O Testemunho do Senhor é Fiel e dá Sabedoria aos Símplices

A Escritura é o testemunho de Deus, e é confiável. Ela é capaz de transformar o homem simples num sábio para a salvação. [11] II Tm 3.15.

1.5.3 – Os Preceitos do Senhor são Retos e Alegram o Coração

A Escritura é verdadeira e fiel. O apego a ela traz alegria ao coração. Á medida que encontramos mandamentos específicos na Escritura e os levantamos, pela fé, ao coração, eles nos revigoram e nos encorajam. Quando as pessoas cumprem um mandamento divino elas experimentam satisfação em Deus. [12] Ef.4.28.

1.5.4 – O Mandamento do Senhor é Puro e Ilumina os Olhos

Os conselheiros ajudarão aos seus aconselhados à medida que desvendarem a eles os claros mandamentos do Senhor a respeito dos problemas que eles estão enfrentando. [13]

1.5.5 – O Temor do Senhor é Límpido e Permanece Para Sempre

Viver reverentemente no temor do Senhor e dos seus mandamentos é algo límpido no sentido de que ele mantém a vida pura e sem mácula. A Palavra de Deus é sempre verdadeira em todas as épocas por isso é digna de confiança. [14] Mc. 13.31.

1.5.6 - Os Juízos do Senhor são Verdadeiros e Todos Igualmente Justos

A Palavra de Deus é o padrão para o julgamento de cada vida que existiu, existe ou existira. Os julgamentos de Deus são todos retos e justos, e cada pessoa será julgada conforme a Palavra de Deus.[15] Fp. 2.9-11.

1.5.7 – São Mais Desejáveis do que Ouro

Muitos consideram a Palavra de Deus como um conjunto de regras enfadonhas que lhes roubam o prazer. Mas os Filhos de Deus se deleitam na lei do Senhor, eles encontram nela prazer. [16]


[1] Cf.: MacArthur, John (ed.). Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo. São Paulo – SP: Hagnos, 2005. p.34.

[2] bíblia. Português. Bíblia e Hinário Novo Cântico (Revista e Atualizada). Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo – SP: Casa Editora Presbiteriana & Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Lc. 16: 19 – 43, p. 86 [N.T.].

[3] Cf.: John MacArthur (ed.), Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo, p. 34.

[4] Cf.: John MacArthur (ed.), Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo, p. 35.

[5] bíblia. Português. Bíblia e Hinário Novo Cântico (Revista e Atualizada). Tg. 1: 25, p. 245 [N.T.].

[6] Ibid., I Pe. 2:2, p. 249 [N.T.].

[7] Cf.: John MacArthur (ed.), Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo, p. 35.

[8] bíblia. Português. Bíblia e Hinário Novo Cântico (Revista e Atualizada). At. 20: 20, 27 e 32, p. 151 [N.T.].

[9] Cf.: John MacArthur (ed.), Pense Biblicamente: Recuperando a Visão Cristã de Mundo, p. 35.

[10] Cf. Eyrich, Howard & Hines, Wiliam. Cura para o Coração. São Paulo – SP: Cultura Cristã, p. 39 - 41.

[11] Cf. Howard Eyrich & Wiliam Hines, Cura para o Coração, p. 39 - 41.

[12] Cf.: Ibid., p. 39 – 41.

[13] Cf.: Ibid., p. 39 – 41.

[14] Cf.: Howard Eyrich & Wiliam Hines, Cura para o Coração, p. 39-41.

[15] C.f.: Ibid., p. 39 – 41.

[16] C.f. Ibid., p. 39 – 41.

Nenhum comentário: