sábado, 16 de maio de 2009

O desafio da Igreja frente à epidemia da AIDS.

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Nice” como gosta de ser chamada, é uma jovem senhora de 31 anos, de fala rápida e corpo esguio, mãe de três filhos, esposa de um presidiário, que sofre desde os 13 anos, literalmente, na própria pele as dores e as crises de alguém infectado pelo vírus da AIDS.

Enquanto conversávamos, eu tentava compreender os motivos para tão profunda dor e revolta. Nice foi contaminada em sua primeira relação sexual, ainda menina, e abandonada pela família, no leito de um hospital, talvez por medo ou por preconceito. Para ela, não é a AIDS que mata, mas o preconceito.

Fiquei imaginando que a dor de “Nice” não é singular, mas outras pessoas também sofrem as angústias causadas por esta epidemia. Foi assim, que me lembrei do período em que era visitador no “Instituto de Infectologia Emílio Ribasem São Paulo, que fica próximo ao Hospital das Clinicas e quase de frente ao Cemitério do Araçá.

A principio não gostei muito da associação nem da proximidade entre hospital e cemitério. O hospital não é uma tentativa de distanciar o doente do cemitério por mais algum tempo? Além disso, o perfume, as cores e os formatos das flores, que estão à venda nas calçadas da rua Dr. Arnaldo, em frente ao hospital e cemitério, lembram-me muito mais o fim do que a beleza da vida.

No entanto, Ao visitar os pacientes leito a leito, gostei menos ainda do que vi e ouvi. Jovens, velhos e crianças, homens e mulheres, agonizando sem esperança sobres os leitos, que não são poucos. Apesar da história única de cada um, eles são unidos pela dor, pela tragédia, pelo pecado e pela morte cruel que se aproxima a cada instante, uma ameaça freqüente, alimentada pela epidemia da AIDS a partir da década de 80 e que ainda hoje tem deixado em polvorosa muita gente.

Infelizmente, não sabemos bem o que fazer, então, é mais fácil ser indiferente. Se o conteúdo desta doença é a morte, não faz diferença embrulhá-la com celofane ou com folhas de jornal. Por vez, nos esquecemos que existe uma luz no fim do túnel, um conforto sólido para a amarga experiência da morte, ou seja, o reinício da vida por meio da ressurreição do corpo, esperança que só podem ter aqueles que estão em Cristo.

A esta altura duas perguntas precisam ser respondidas.

1) Se Deus é Soberano, como creio que é, e tem controle absoluto de todos os acontecimentos do universo. Ele não teria poder para impedir que esta epidemia devastadora solapasse nossa nação e planeta? 2) Qual é a papel e a responsabilidade da igreja frente a AIDS? Por mais que pareçam obvias, não são perguntas simples de serem respondidas, mas em minha insignificância arriscarei uma resposta.

A dureza do coração do homem é uma das razões que faz com que Deus permita o avanço da AIDS. Vivemos uma época de obsessão pela a imoralidade sexual. É proibido proibir. Tentar conter os impulsos é coisa de velho, atrasado, "careta". É repressão. É censura. Logo, a fornicação e o adultério não só é normal em nossos dias, como também é estimulado, contrariando os princípios Bíblicos (1 Cor. 7:1-2, Atos 15:20, Gl. 5:19). Precisamos aprender a ver os pecados sexuais como Deus os vê: perverso, sujo, destrutivo, uma abominação, pecado contra nosso próprio corpo. (1 Cor. 6:18). Ao invés de tornar heróis os homossexuais, sodomitas pervertidos, fornicadores, prostitutas (os), adúlteros e travestis, deveríamos julgar tais comportamentos pelas Escrituras.

Perceba que embora a nossa sociedade veja o sexo antes do casamento, o viver junto sem estar casados, a homossexualidade e o adultério como um comportamento normal, Deus não os vê! De Deus não se zomba. “Não sabeis que o injusto não herdará o reino de Deus? Não vos enganeis. Nem fornicadores (...) nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (...) herdarão o reino de Deus” (1 Cor. 6:9-13).

A AIDS não é o pecado, mas a conseqüência do pecado. Você pensa que a AIDS é ruim? O inferno é muito pior.

Não posso também ser injusto, pois, nem todos que estão contaminados pelo vírus HIV ou pela AIDS, foram contaminados através de um ato sexual pecaminoso ou pelo uso de drogas injetáveis. Muitos foram contaminados por transfusão de sangue ou adultério do cônjuge.

O que condena e mata o homem não é a AIDS, mas a rebeldia do seu coração contra Deus. Sua condição de pecador o faz digno do inferno.

É papel e responsabilidade da igreja proclamar por meio das Escrituras, tanto o juízo de Deus sobre o pecado e o pecador, como a Salvação e o consolo em Cristo para os que crêem e se arrependem. Inclusive para os que estão contaminados pelo vírus da AIDS, dentro ou fora dos hospitais.

Não só os doentes de AIDS vão para o inferno se não se arrependerem, mas todos que permanecerem na prática do pecado sem arrependimento verdadeiro que os conduzam aos pés de Cristo.

Eurípedes Araújo Dantas

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