domingo, 17 de maio de 2009

A Verdadeira Espiritualidade

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Um dia desses, li na internet a respeito da inauguração de uma igreja na Europa que terá os seus cultos realizados dentro de um bar, e, diga-se de passagem, que a sua inauguração foi um sucesso, culto regado a cerveja, muita musica country e atração principal, a qual você deve estar pensando, Jesus é claro! Não, não, touro mecânico.

Segundo o suposto “pastor” dessa suposta “igreja evangélica” o propósito é alcançar os fieis que às vezes não querem entrar em uma igreja convencional para adorar a Deus. Logo, se os fieis não vão à igreja, ela vai até eles.

Ao ler tal reportagem fiquei me questionando sobre os rumos pelos quais tem se enveredado o protestantismo mundial. E se é possível descer em um nível mais baixo do que este em nome de Deus e da fé em Cristo. Além do mais este tipo de religiosidade, trás em evidência a dificuldade que as pessoas têm de compreender o que realmente significa ser cristão, o que significa adoração e como se deve adorar a Deus.

Portanto, a grande questão posta diante de nós é saber o que é realmente a vida cristã, em quais fundamentos se alicerça a verdadeira espiritualidade e como ela pode ser vivida e desfrutada por nós, em plenitude, no contexto do século XX.

Infelizmente, a influência do humanismo ou racionalismo filosófico, o qual mudou os conceitos de absolutos, de verdade, de conhecimento, de moralidade e ética, atingiu também o conceito de espiritualidade, o que tem gerado uma esquizofrenia religiosa em nossa época. As pessoas desenvolvem os conceitos mais absurdos e exóticos de culto, de adoração, de relacionamento com Deus, de comunhão com os irmãos e dizem que são espirituais. Experiência religiosa hoje e sinônimo de algo sobrenatural e que não é possível de se explicar, em outras, palavras a fé é um salto no escuro.

Na verdade na cultura pós moderna as pessoas não mais estão procurando o Deus da religião cristã, que é um Deus exterior, transcendente, compreensível, cuja a Palavra é absoluta e eterna, cujo caráter moral define a diferença entre o Bem e o Mal para sempre. Pelo contrário, a espiritualidade contemporânea procura uma verdade privada e não absoluta, procura um deus interno e não externo, o individuo é quem decide em quem vai crer, de que fonte tirara o conhecimento para sua fé, e como testará a viabilidade daquilo em que crê. O resultado é que esse tipo de espiritualidade é inevitavelmente experimental, e libertaria. A sua validação vem por meio dos benefícios psicológicos ou terapêuticos que dela derivam.

Nessa nova espiritualidade a pessoa combina as suas crenças e práticas, misturando e combinando e experimentando, para ver o que funciona melhor, e assumindo a prerrogativa de descarta o que não deu resultado. Deus, portanto, é amado por aquilo que se pode obter por amá-lo. A importância de Deus é avaliada através de uma mentalidade de lucro-perda e dos resultados terapêuticos.

Infelizmente, algumas “igrejas” tem se preocupado muito mais com a tática e a metodologia, e tem abandonado a verdade e substituído o sucesso pelo confronto.

Creio que a verdadeira vida cristã, a verdadeira espiritualidade, é uma experiência que se explica com palavras e que pode ser vista e percebida com os olhos, é uma transformação interna, que será evidenciada externamente. Crer em Cristo é evidenciar através de uma vida de santidade a sua paixão por ele. Amar a Cristo e ter em seu coração a disposição de obedecê-lo.

Uma verdadeira espiritualidade é evidenciada pelo serviço, pela vida de santidade, pelo relacionamento com a palavra, pela comunhão com Deus através da oração e pela comunhão com os irmãos. Cuidado, com a sua espiritualidade, cuidado com o seu cristianismo, para que ele não seja somente uma bela faixada. Em outras palavras “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Cuidado para que você não vá além dos limites estabelecidos por Deus, mas também cuidado para que você não fique a quem da espiritualidade Bíblica, a qual Deus deseja que você desfrute.

Pr. Dantas

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