domingo, 17 de maio de 2009

A Autoridade das Escrituras Para Lidar Com as Crises do Coração

A Bíblia: Palavra de Deus

Definição de Termos

A palavra “Bíblia” é derivada do latim, e tem sua origem na palavra grega Biblo (livro, livro sagrado), uma referência aos livros que são reconhecidos como canônicos pela igreja Cristã.

  • Kanon

O termo canônico que comumente usamos é derivado da palavra “cânon” que também é proveniente do grego, o qual significa regra, lista, padrão de medida, diz respeito aos livros que satisfazem como padrão e são dignos de serem incluídos tanto na relação de livros que compõe o Antigo Testamento como igualmente os livros que formam o Novo Testamento.

  • Testamento

A palavra “testamento” que muito é utilizado pelos cristãos, é uma alusão as duas divisões da Bíblia em antes de Cristo e depois de Cristo, Ou seja, Velho e o Novo Testamento. Apesar de ser um livro repleto de historias fascinante com enredos bem estruturados e finais surpreendentes, a Bíblia é mais do que um simples livro. Ela é a palavra do próprio Deus. Isso nos mostra a preciosidade de seu conteúdo, o valor imensurável de sua mensagem.

  • O Centro da Mensagem Bíblica

A Bíblia exalta ao Deus Tripessoal, que cria todas as coisas para o Seu deleite e Sua gloria. Um Deus pessoal, relacional, Santo, que exige da criação adoração exclusiva. A Bíblia trás também no centro de sua mensagem a historia da salvação de Deus em Cristo. Por meio das Escrituras Deus decide desvendar Seu plano de salvação dos pecadores, mas não somente isso, a Bíblia nós mostra ainda o meio pelo qual Deus realizaria Seu propósito perfeito e também quem seria os beneficiários de tamanha graça. Falando sobre isso em um artigo, F. F. Bruce diz: Deus mesmo é o salvador do seu povo; é Ele que confirma seu concerto de misericórdia com o povo. Quem traz a salvação, o Mediador do concerto, é Jesus Cristo, o Filho de Deus. O meio de salvação, a base do concerto, é a graça de Deus, que exige de seu povo uma resposta de fé e obediência. Os herdeiros da salvação, o povo do concerto, são o Israel de Deus, a Igreja de Deus. A Bíblia trás a direção de Deus para o homem a qual foi comunicada por Ele muitas vezes e de muitas maneiras, sendo encerrada em Cristo que é o ápice de Sua revelação, a própria palavra encarnada Hb.1.1-5; Jo.1.14. Logo, as Escrituras devem ser recebidas como Palavra de Deus, e acima de tudo, deve ser crida e obedecida por nós.

  • As Escrituras e sua Relação com Jesus Cristo

Se por um lado, as Escrituras são centradas em Cristo; por outro, Ele está profundamente envolvido nelas. Cristo se faz conhecido através da revelação das Escrituras. Através dela Ele manifesta aos homens a gloria do Pai.Cristo é quem dá unidade as Escrituras, trazendo a existência o conhecimento que vem do trono gracioso de Deus. Sendo assim, Cristo só pode ser claramente conhecido na revelação das Escrituras, através da ação gloriosa do Espírito Santo que desvenda os olhos do nosso entendimento e nos faz vê-lo exatamente como Ele é.

  • As Escrituras e sua Relação com o Espírito Santo

O Espírito Santo tem dupla função em sua relação com a Bíblia. O Espírito Santo Inspirou o Registro das Escrituras e também Ilumina a compreensão da mesma. O Espírito Santo é aquele que inspirou os servos de Deus no passado para que eles registrassem nas Escrituras somente a vontade de Deus. E é Ele também quem nos dá entendimento sobre as santas Escrituras, nós conduzindo por um caminho de conhecimento e aplicação das verdades eternas de Deus. 19.4.2 – As Escrituras e Sua relação com o Espírito Santo.

Direciona as Pessoas a um Relacionamento Intimo com Cristo. O Espírito Santo direciona a mente dos homens a fixarem atenção somente em Jesus e na necessidade que se tem dEle. As Escrituras agem como um espelho, mostrando aos pecadores os quão responsáveis e culpados, vis e impotentes que eles são. E o quanto necessitam da salvação que vem de Deus.

O Espírito Santo age como um holofote e nos direcionando na compreensão das Escrituras a e ajudando-nos ver a Cristo e Sua obra perfeita. Ele dissipa todas as nossas duvidas com relação a Cristo e nos leva a conhecê-lo e a confiar nEle como nosso próprio libertador da ira divina, do pecado e da morte eterna. 2 Tm 3.15; Jo. 1.45; O Espírito Santo nós impulsiona a tomar decisões orientadas por aquilo que a Bíblia fala que é santo ou que é pecaminoso. Por meio da Bíblia Ele nos ajuda a mudar, guiando o nosso caminho de acordo com o que foi avaliado nas Escrituras. Entendemos que a Bíblia opera na vida do crente por meio do ministério do Espírito Santo, o qual realiza uma transformação fundamental na vida dos eleitos, por meio da Palavra. Isso nos faz crer na eficácia e vivacidade da Palavra de Deus, que unida ao poder do Espírito Santo, o qual aplica esta palavra na vida dos homens, para produz mudanças verdadeiras e profundas. A seguir então analisaremos algumas características da palavra de Deus que nos faz acreditar no seu poder transformador da mesma.

  • As Escrituras são Eficazes no seu Propósito

O homem no estado de morte espiritual em que se encontra, só pode ser vivificado mediante a semente das escrituras que é graciosamente implantada pelo Espírito Santo em seu coração. Sobre isso o apostolo Pedro diz: “Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente”. Aqueles que são vivificados pela operação da Palavra de Deus em sua vida não devem usar a sua liberdade para outra coisa que não seja a gloria de Deus. Vivendo em gratidão ao Deus que o libertou. Ef. 4.1; At 2.41,42; I Pe 2.16. Quando a apalavra viva de Deus tem esse efeito no coração do homem, ele será vivificado pela vida que procede do próprio Deus, para viver então para gloria desse Deus que o libertou. A palavra de Deus é eficaz, pois não volta vazia, mas prospera em cumpri a vontade de Deus. Há um poder na palavra de Deus que a leva a cumprir o seu propósito. Veja o que disse o profeta Isaias: “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.” Neste sentido também diz o Salmista: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. (...) Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir”. Deus sabe exatamente o que tem que ser feito e Sua palavra cumpre esse propósito, realizar o propósito de Deus. A procedência divina das Escrituras é a base para afirmamos a sua capacidade em lidar com os problemas do coração do homem. Por ser a Palavra de Deus a Bíblia é digna de confiança e perfeitamente capaz de lidar com o homem em todas as áreas de sua vida.

  • A Autoridade das Escrituras Para Lidar com as Crises do Coração

Nosso propósito neste capitulo é mostrar alguns elementos que compõem o fundamento de autoridade das Escrituras, os quais fazem com que elas sejam dignas de confiança para o aconselhamento cristão. Tais, fundamentos fazem das Escrituras fonte única de autoridade para nortear a vida dos homens, para consolar os corações que estão sem esperança, para exortar aos desalentos e restaurar a vida de todos aqueles que aprendem a se deleitar em suas palavras. Queremos destacar, basicamente, dois pontos em nossa abordagem: Quais os elementos que fundamentam a autoridade das escrituras e a importância destes elementos para a vida daqueles que são redimidos por Cristo.

  • A Autoridade da Bíblia é Fundamentada no fato dela ser Inspiração pelo Espírito Santo.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus.” O primeiro elemento que envolve a autoridade das Escrituras que vamos analisar e a inspiração divina, que pode ser definida como o ato de Deus comunicar o conhecimento divino para a mente humana, através da ação inspiradora do Espírito Santo; que os capacita sobrenaturalmente a registrar a vontade divina para os homens. Seguindo esta mesma direção, o Rev. Leandro Antonio de Lima, no seu livro “Razão da Esperança”, faz a seguinte definição sobre a Inspiração. Inspiração é a influência divina sobre os escritores da Bíblia a fim de preservá-los de erros, e para que eles registrassem com toda a fidelidade os acontecimentos revelatórios de Deus e mesmo os presenciados pelos escritores. Que por vez é muito semelhante à definição que o Dr. Hermisten Maia faz, o qual diz: Podemos definir inspiração como sendo a influencia sobrenatural do Espírito de Deus sobre os homens separados por ele mesmo, a fim de registrarem de forma inerrante e suficiente toda a vontade de Deus, constituindo esse registro na única fonte e norma de todo conhecimento cristão. Análise não muito diferente já havia sido feita também pelo pai da igreja, Justino, o mártir, que diz: Não devemos supor que a linguagem procede dos homens que são inspirados, mas da própria Palavra divina, que move esses homens. A obra deles é anunciar aquilo que o Espírito Santo propõe ensinar por intermédio deles, para os que desejam aprender a verdadeira Inspiração da religião. E também por Irineu de Leão, que escreveu. Os escritores falaram como que agindo pelo Espírito. Todos os que predisseram a vinda de Cristo receberam sua inspiração do Filho, pois como as Escrituras poderiam sozinhas “testificar” a respeito dele apenas?” “Mateus poderia ter escrito, “A geração de Jesus era assim”, mas o Espírito Santo, prevendo a corrupção da verdade e fortalecendo-nos contra a decepção diz, por intermédio de Mateus, “A geração de Jesus, o Messias, era assim”. “Os escritores estão além de toda falsidade”, ou seja, eles são inerrantes. O Espírito Santo tanto controlava aqueles que recebiam a revelação das Escrituras, para que eles registrassem exatamente a vontade de Deus, como também os usava como proclamadores de tão grandes verdades a outros. Conforme bem observa Orígenes. É doutrina reconhecida por todos os cristãos e, evidentemente, proclamada nas igrejas, pois o Espírito Santo inspirou aos santos profetas e apóstolos e estava presente naqueles a quem inspirou na Vinda de Cristo; pois Cristo, a Palavra de Deus, estava em Moisés quando este escreveu, e nos profetas, e, por seu Espírito, falou-lhes todas as coisas. Os relatos dos evangelhos são os Oráculos do Senhor, puros Oráculos purificados como prata sete vezes forjada. Eles são isentos de erros, visto que foram cuidadosamente escritos, com a cooperação de Espírito Santo. A inspiração é um ato completamente sobrenatural de Deus, uma dádiva que “vem sobre os escritores do Antigo e do Novo Testamento para dirigi-los e capacitá-los a escrever esses livros, e não vem sobre nenhum outro homem, e em nenhum outro momento, e para nenhum outro propósito.” A inspiração não acontece por ditado divino, se assim o fosse, os homens seriam apenas os secretários de Deus, e com certeza não haveria estilos diferentes nas escrituras, como de fato há. A inspiração é o processo pelo qual Deus de maneira sobrenatural age na mente dos escritores, capacitando-os, de acordo com as suas habilidades a registrarem as mensagens que receberam de Deus. A autoridade das Escrituras repousa exatamente em sua inspiração, ou seja, sua origem. A Escritura é fundamentalmente o testemunho que Deus dá a cerca de si mesmo. Cremos que elas são verídicas em todas as suas afirmativas, e que são: (...) fonte infalível de informação que estabelece definitivamente qualquer assunto nelas tratado: a única regra infalível de fé e de prática, o supremo tribunal de recursos ao qual a Igreja pode apelar para a resolução de qualquer controvérsia religiosa”. A Escritura é proveitosa para tornar os homens santos, semelhantes a Deus, conforme muito bem observou Clemente de Alexandria, que diz: Os fundamentos de nossa fé não repousam em uma base insegura. Nós os temos recebido do próprio Deus por meio das Escrituras, nem um i, nem um til deles passarão até que sejam cumpridos, pois a boca do Senhor, o Espírito Santo, o disse. Ele deixa de ser um homem que desdenha a tradição da igreja e abandona as opiniões humanas; pois as Escrituras são verdadeiramente santas, visto que nos tornam santos, semelhantes a Deus (...) cremos que toda a Escritura, visto que é inspirada por Deus, é proveitosa. Deus não permitiu que os escritores escrevessem suas próprias idéias ou especulações simplesmente humanas à parte das idéias de Deus. E neste ponto o Dr. Hermisten, ao tratar deste assunto registra o seguinte: Deus é o Autor e o Conteúdo Das Escrituras sagradas (...) a Bíblia é o resultado da vontade soberana de Deus, que se revelou e fez registrar fidedignamente essa revelação. Sabe-se também que os autores das Escrituras não viviam em constante inspiração, a inspiração era uma ação do Espírito Santo sobre eles para que eles registrassem as Escrituras, mas eles eram homens falíveis e errôneos rodeados de fraquezas como nós o somos, no entanto, tal falibilidade ou tendência para o erro, jamais, sob qualquer circunstância, passou a seus escritos sagrados. Aceitamos os registros originais como inspirados, e absolutamente sem erros. Quanto às traduções dos mesmos, entendemos que elas estão sujeitas aos erros dos respectivos tradutores. Não há tradução absolutamente sem erro, em toda tradução temos que considerar o envolvimento dos copistas com suas fraquezas e pressupostos. Porem, mesmo que haja qualquer falha na tradução, a perda da compreensão do conteúdo será praticamente insignificante para o todo. Para corroborar com essa idéia citamos Santo Agostinho que diz: As Escrituras são as letras de Deus, a voz de Deus, os escritos de Deus (...). Toda a Escritura é proveitosa visto que é inspirada por Deus. As Escrituras, se na história, na profecia, nos Salmos ou na Lei, são de Deus. Elas não podem estar certas em parte e falhas em parte. Elas são de Deus, que falou completamente todas as Escrituras”. Ressaltamos ainda, que nos dias atuais os cristãos não são mais inspirados e sim iluminados pelo poder do Espírito Santo que habita neles. Que os capacita a crer na Bíblia e aceitar o seu conteúdo como normativo, assim como a unidades de suas partes, os milagres e cumprimentos de suas profecias, que atestam sua origem divina e sua infalibilidade. O aconselhamento Bíblico é possível porque Deus nos deu a sua palavra, para direcionar a vida de todos os que lhe ama e que deseja viver piedosamente. A seguir analisaremos as Escrituras em sua inerrância.

  • A Autoridade da Bíblia é Fundamentada na sua Inerrância

Outro elemento significativo que encontramos neste processo de revelação das Escrituras é a Inerrância Bíblica. Para os reformados falar sobre inerrância Bíblica não é defendê-la. Mas afirmá-la como uma doutrina reivindicada pela própria Escritura. No entanto, vale lembrar que a inerrância a qual a Bíblica se refere é atribuída somente aos autógrafos, os quais não mais existem. Sobre isso diz Dr. Augustus Nicodemus: Não estamos dizendo que as traduções da Bíblia são inerrantes (...) embora possamos ler com confiança a Bíblia em nossa língua (...) reconhecemos que os tradutores tiveram que tomar decisões relacionadas com a melhor maneira de verter um determinado termo ou expressão, (...) nem sempre foram corretas. Quando afirmamos a inerrância bíblica nos seus escritos originais, estamos declarando a sua perfeição. Nada do que ela ensina contém máculas do erro, tudo que ela afirma vem do próprio Deus, que só fala a verdade. Em outras palavras, apesar dos escritores da Bíblia serem homens sujeitos a erros e falhas, os textos Bíblicos escritos por eles não contém imperfeições, pois é a palavra do próprio Deus. Sobre Isso o Dr. Paul Feinberg diz: A Inerrancia é ponto de vista de que, quando todos os fatos forem conhecidos, demonstrarão que a Bíblia, nos seus autógrafos originais, e corretamente interpretada, é inteiramente verdadeira, e nunca falsa, em tudo quanto afirma, quer no tocante à doutrina e a ética, quer no tocante às ciências sociais, físicas e biológicas. Em geral, a maioria dos estudiosos concorda que os manuscritos atuais contem alguns erros de copistas. Erros, porém insignificantes no tocante à compreensão do conteúdo e da mensagem final das Escrituras. Sustentamos que a confiança dos crentes nas traduções modernas da Bíblia apóia-se firmemente na crença da infabilidade dos escritos originais, e que a autoridade da Escritura não depende de nenhum outro testemunho que não seja o dela mesma. Falando sobre isso a Confissão de fé de Westminster diz: A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus”. A procedência divina das Escrituras as torna inerrântes, verdadeiras e fieis. Como bem observou do Dr. Paulo Anglada: “O fato é que por procederem de Deus, as Escrituras reivindicam atributos divinos: são perfeitas, fiéis, retas, puras, duram para sempre, verdadeiras, justas (Sl 19.7-9) e santas (2 Tm 3.15)”. João Calvino ainda diz: “...todos os livros da Sagrada Escritura em muito excelem a quaisquer outros escritos.” Concluímos, portanto, que a inerrância bíblica tem por fundamento a origem divina da Escritura. A qual foi registrada por Deus em perfeição e santidade, não apenas para o nosso deleite espiritual e nem para satisfazer nossa curiosidade pecaminosa. Mas para que vivamos em obediência aos seus preceitos os quais são santos e perfeitamente confiáveis. (Dt 29.29; Js1.8; 2 Tm 3.15,16; Tg 1.22). O aconselhamento bíblico é firmando na inerrância das Escrituras e tem por objetivo ensinar os seus aconselhados a viver em submissão a todos os princípios santos de Deus. A seguir descreveremos sobre a autoridade da Escrituras, afirmando a sua infabilidade.

  • A Autoridade da Bíblia é Fundamentada na sua Infabilidade

A verdade divina que está “escondida em sua mente” não precisava ser comunicada aos homens, se Deus assim não o quisesse. No entanto, Deus desejou se revelar aos homens, dando-lhes Sua lei como regra de vida e fonte suficiente para que eles pudessem conhecê-lo e desfrutar de sua presença, encontrando nEle todo prazer. Deus providenciou uma forma para que sua verdade fosse revelada a nós de maneira inteligível; Ele inspirou a homens santos a registrar sua vontade que é perfeita e perfeitamente suficientemente para o homem em sua totalidade. Pois ela não só instrui o crente quanto ao tipo de vida que agrada a Deus, mas também é um instrumento de humilhação pelo qual o Espírito Santo leva o crente a descobrir suas faltas. Deus é aquele que nos encontra ignorantes e nos oferece conhecimento, compartilhando confidencialmente conosco os seus segredos. E nos somos desafiados a escutar tudo que Deus revelou sobre Si e sobre o Seu Filho na Bíblia. A Palavra de Deus tem dupla autoria. Homens as registraram, e Deus as escreveu através destes homens. Por isso, são considerados escritos divinos, tão verdadeiramente como são escritos humanos. No entanto, não podemos esquecer que Deus sobrenaturalmente preservou a Bíblia do erro, a tal ponto que os homens não falsificaram os fatos, nem distorceram o propósito e o caráter de Deus. Cremos que as Escrituras são infalíveis em sua totalidade. Toda a Escritura é plenamente inspirada por Deus (soprada para fora). Deus se revelou através da Bíblia, todas as palavras dos autógrafos são Palavra de Deus (2Sm 23.2 Jr 1.9; Mt 5.18 ; 1Co 2.13). A inspiração se estende aos pensamentos bem como às palavras. Deus separou os seus servos antes deles nascer e os preparou para desempenhar essa função (Is 49.1,5; Jr 1.5; Gl 1.16,16). Deus não anulou a personalidade dos escritores, pelo contrário, inspirados por Deus eles usaram de suas experiências, pesquisas, aptidões e estilos. Apesar disso, as escrituras foram preservadas de qualquer erro nos seus originais, ela é perfeita e digna de confiança, infalível em sua totalidade. De Gênesis a Apocalipse, tudo o que foi registrado, o foi pela vontade de Deus, por esse motivo os eleitos podem se deleitar nas Escrituras descansando nelas o coração, crendo que elas produziram em suas vidas todo propósito de Deus. (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21). Podemos dizer que a infalibilidade das Escrituras tem haver com o seu caráter sobrenatural, em outras palavras, por causa de sua origem divina as Escrituras produzem efeitos sobrenaturais em todos aqueles que crêem em Cristo, mediante a ação do Espírito Santo neles. É através da Palavra que Deus gera os seus filhos espirituais (Jo 17.17; 10.17; 1Pe 1.23). Mas não somente isso, através da palavra Ele dá maturidade espiritual, transforma o caráter, consola os corações. A conclusão que chegamos é que a “infabilidade” das Escrituras pode ser definida como conseqüência subjetiva da inspiração divina, isto é, a infabilidade das Escrituras é a certeza de sua confiabilidade e fidedignidade, para aqueles que se volta para ela em busca da verdade de Deus para a vida. Estamos certos que a Bíblia é uma indefectível fonte da verdade, consequentemente, nunca falhará ou decepcionará qualquer um que confie nela para salvação. As Escrituras cumprem perfeitamente todo o propósito com relação ao homem, sendo, plena e suficiente para o aconselhamento cristão. A única fonte capaz de manifesta e vida de Deus aos homens, conforme veremos a seguir.

  • A Autoridade da Bíblia é Fundamentada em sua Vivacidade

No livro de Hebreus 4.12, encontramos a declaração de que “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes”. Uma clara referência da palavra escrita de Deus, como instrumento que traz a tona os segredo dos corações dos homens. Conforme nos mostra Apocalipse 2.23 que diz: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”. Estas passagens nos ensinam que à Palavra de Deus é Palavra Viva. Mas em que sentido pode-se dizer que a Bíblia é Palavra Viva? Entendemos que ela é geradora de vida Espiritual, Inexaurível, inextinguível, vida que vem do próprio Deus, At 3.15, I Jo 5.11. As Escrituras Sagradas diferem-se radicalmente de todos os outros livros em sua vivacidade perpétua. Ela é sempre viva e totalmente utilizável e atual nos seus conceitos. Porém, a vida gerada através delas é reconhecida somente por aqueles que a conhecem de maneira íntima. Ao criar o homem Deus desejou que ele vivesse não apenas de pão e alimento físico, mas de toda palavra que procedia de Sua boca Dt 8.3. E a Bíblia em diversos textos se apresenta como alimento para os filhos de Deus. O alimentar-se na Palavra de Deus, o pão da vida, é de extrema importância para aqueles que desejam crescer em maturidade espiritual, em conhecimento intelectual e em relacionamento pessoal com Deus. A Palavra viva do Senhor torna-se reguladora e transformadora das mentes daqueles que a buscam diligentemente. Ela é poderosa para influenciar, dissipar a confusão do pensamento, as perplexidades dos estados mentais, depressivos e outras condições 2 Co 10.4-5. Por outro lado, a Palavra de Deus gera tranqüilidade, conforto, repouso e segurança em Cristo. Ao Concluir essas reflexões sobre a Palavra Deus que é Viva e, por isso, capaz de gerar vida, conclamamos, todo aquele que tem sede, para que venha e beba de graça da fonte inesgotável, infindável, que jorra água da vida, a única que pode matar a sede de nossa alma. Todo aquele que tem fome que venha e coma do pão da vida, o único capaz de saciar a fome de Deus que há em nosso coração. Ap. 22.17; Jo. 6.48-51.

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