Ao fazer uma rápida leitura da sociedade e também de nossas igrejas, percebemos que apesar de estarmos vivendo numa época de grandes progressos científicos, tecnológicos e culturais, a nossa maior desculpa para não priorizarmos as questões fundamentais da vida é tempo, o que mais nós falta é tempo para as questões primordiais da existência humana. Sabemos que todos esses avanços científicos e tecnológicos têm o propósito de facilitar a vida dos homens, ajudando-os em suas tarefas cotidianas, inclusive com o objetivo de proporcionar-lhes uma melhor qualidade de vida, ou seja, mais tempo livre para as coisas que realmente importam, contudo, na prática a realidade é diferente. O que nos leva a fazer algumas perguntas: Onde temos investindo o nosso tempo? No que temos investido o nosso tempo? Porque nos falta tempo para as coisas importantes da vida? No que gastamos mais tempo?
A Verdade é que estamos tão sufocados com as nossas atividades cotidianas que não conseguimos estabelecer em nossa vida uma ordem de prioridades para o investimento de nosso tempo, considerando aquilo que realmente seja essencial para a nossa existência. Então investimos todo nosso tempo e prioridade no que deveria ser secundário em nossa vida. Uma realidade bem semelhante a historia de Marta e Maria, Lc 10.38-42; estamos sempre muito ocupados, para aquilo que realmente importa. Vou exemplificar para você: O jovem não tem tempo para vir à igreja porque está estudando para o vestibular, quando ele passar na faculdade não terá tempo porque estará fazendo os trabalhos da faculdade, quando terminar a faculdade não terá tempo porque estará trabalhando, ou seja, nunca terá tempo se as coisas de Deus não forem prioridades na vida dele, assim também será com relação à família e as outras prioridades da vida.
Fazendo essa leitura percebemos que é cada vez menor o tempo que dedicamos para as nossas relações, sejam elas familiares (marido e mulher, pais e filhos), de amizades saudáveis (manutenção das que temos e construção de novas amizades), de comunhão com a igreja (através da participação nas programações e da dedicação dos dons e talentos no trabalho do Senhor) e a mais grave de todas as situações, nos falta tempo suficiente para uma vida de comunhão com Deus (leitura da Bíblia e oração) pelo menos esta e a desculpa que mais usamos para negligenciarmos as nossas responsabilidades.
Diante disso pergunto: Quais são as suas prioridades? (seu trabalho? Seus filhos? Seu carro novo? Sua casa nova? Etc.) Qual é o lugar da oração em sua vida? Qual a importância que uma vida de comunhão com Deus tem para você? Qual é o lugar que Deus ocupa em sua ordem de prioridades? Qual o lugar que o reino de Deus ocupa em seu coração? O primeiro? A verdade é que nem sempre temos facilidade para respondermos tais perguntas. E talvez na teoria Deus até seja sua prioridade, mas na prática a realidade pode ser outra, Deus e seu reino podem estar sufocados em seu coração em meio a tantos planos e projetos e prioridades que você estabeleceu, dos quais eles (Deus e o reino) não têm a primazia.
Agora uma coisa é fato, é impossível negar que o nosso cristianismo definitivamente não seja testado pelo caráter da nossa vida de oração. É obvio que não estou diminuindo a importância do conhecimento. Pelo contrário, o que estou dizendo é que o teste definitivo da minha compreensão do ensino bíblico é a quantidade de tempo que eu gasto
Se você quiser saber o conceito que um povo tem de Deus, preste atenção na sua vida de oração. Pois é impraticável ter um conceito correto de Deus revelado nas Escrituras e não gastar tempo em comunhão com Ele. Portanto, quanto mais conhecermos pelas Escrituras o Deus que se revelou na Pessoa de Jesus Cristo, quanto mais conhecermos o seu ser, os seus atributos, mais certeza teremos que isto determinará e influenciará a nossa relação com Ele. Como sabemos, a teologia precede a ética, ou seja, o nosso comportamento, os nossos valores e prioridades que estabelecemos são reflexos ou expressões do conceito que temos de Deus.
É importante que aprendamos de uma vez por toda que oração é um meio de comunhão com o Senhor e não um meio de conquistar nossos desejos desordenados. Tiago 4:3 nos diz: “Pedis e não recebeis porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” Porém é obvio que o nosso relacionamento com Deus determina a nossa saúde emocional, reorganiza nosso mundo interior e determina os nossos relacionamentos pessoais. Por isso, busque comunhão com Deus através da oração e encontrará nEle, conforme sua muita misericórdia conforto, consolo nas tribulações, curas emocionais e físicas.
Que Deus nos dê graça para amarmos a sua vontade e que as nossas orações cada vez mais sejam determinadas pelo conceito que temos do plano eterno de Deus. É obvio, que Deus poderia cumprir sua vontade sozinho, mas preferiu nos incluir no seu plano, como um meio que ele usa para determinar os fins, sendo assim, entendemos que a oração não é uma forma de mudá-lo e fazermos a nossa vontade, mas de adorá-lo, nós adequando a Ele e a seus planos.
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